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Não se pode opinar sobre um governo se não se faz uma ligação com os avanços da sensibilização da sociedade sobre a questão ambiental.

A sociedade, incluo ONGs, setor privado e Estado, após vários encontros e muitos desastres ambientais, tem refletido mais sobre o assunto. Existem mobilizações desde o lixo reciclável até questões globais como aquecimento global, chuva ácida, perda da biodiversidade, recursos comuns, entre outros. Não há um nível governamental que não mencione a importância da questão e se proponha a combater os impactos ambientais. O Desenvolvimento sustentável ou, como é tratado também, a sustentabilidade ambiental tem os mais diferentes significados dependendo da ideologia, dos interesses e mesmo do próprio conhecimento do que vem a ser o conceito. Desenvolvimento sustentável como o atendimento das necessidades das gerações presentes sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras é um conceito genérico que impressiona, mas que não há um consenso sobre o seu significado. Nesse contexto de generalidades e indefinições, as ações governamentais avançaram no Paraná. A proibição do avanço da soja transgênica, o combate a febre aftosa, o zoneamento economico-ecológico, o respeito ao espaço e à cultura indígena, maior presença do Instituto Ambiental do Paraná em diversas ações, pelo menos nos grandes centros, tem mostrado que a presença do Estado se tornou constante e é importante, no entanto ainda é insuficiente para a mudança de mentalidade necessária para sustentabilidade ambiental. Típico é o caso da soja transgênica, em que o Governador atuou de forma a atrair as atenções da imprensa internacional, mas que, devido à liberação de plantio pelo governo federal, acabou falando sozinho. Por outro lado, a existência de uma lei que libera o setor agrícola do pagamento pelo uso da água é única no Brasil e não questionado por nenhum membro da esfera governamental, até o momento. São as incoerências políticas.

Quero enfatizar que as normatizações e mesmo a presença forte do Governo Requião, no cenário estadual e nacional, mostram uma disposição no combate aos impactos ambientais, no entanto isso não basta. Precisa haver tanto a coerência nos três níveis governamentais quanto e, particularmente, entre o Estado e os interesses diversos do setor privado, que são difusos. Isso não ocorre em uma gestão governamental ou sob uma única liderança. É um contrato social sobre os destinos da relação do homem com a natureza.

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Amália Godoy é Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento e professora da UEM

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