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PF confisca bens de Abadía no RS

Porto Alegre – Tudo o que a Polícia Federal encontrou no Rio Grande do Sul pertencente ao traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, de 44 anos, foi confiscado e mandado para São Paulo ontem.

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Traficante Abadia passou por pelo menos três cirurgias plásticas

Juan Carlos Ramirez-Abadia, um dos traficantes mais procurados do mundo, usava várias identidades no Brasil e, para não ser descoberto, fez pelo menos três cirurgias plásticas no rosto.

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O traficante Juan Carlos Ramirez Abadía, preso na terça-feira em São Paulo, deve ser transferido nos próximos dias para um dos presídios federais de segurança máxima, em Catanduvas, no Paraná, ou em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. No entanto, até as 18h desta quinta-feira, a 1º Vara Federal Criminal de Curitiba ainda não tinha recebido nenhum pedido de transferência para o presídio paranaense.

O colombiano foi preso na terça-feira em São Paulo. Ele morava há alguns meses em um condomínio de luxo em Aldeia da Serra e confessou à polícia que pretendia fugir na próxima semana para o Uruguai, onde está instalada uma parte importante de seu esquema de tráfico de droga. O objetivo também era criar um novo império e administrar contas bancários no país.

Abadía é apontado como líder do cartel do Vale do Norte - organização criminosa colombiana. A organização conta até com submarinos para transportar cocaína para os Estados Unidos. Com capacidade de enviar 11 toneladas da droga a cada viagem, o submarino tem quase 20 metros de comprimento. O equipamento foi apreendido pela marinha colombiana no fim do mês passado. A embarcação foi encontrada a quase 10 quilômetros da costa da Colômbia, próximo à região de Tumaco, uma das principais áreas de atuação do cartel.

De acordo com a polícia, a embarcação seguia para os Estados Unidos, pelo Oceano Pacífico. A droga era deixada em países da América Central antes de chegar a seu destino final. Feito de um resistente tipo de fibra de vidro, o submarino azul contava com um avançado sistema de comunicação.

Mas esta não é a primeira vez que os traficantes colombianos usam submarinos para enviar a droga para outros países. Em novembro de 2006, outro submarino, com quase 15 metros de comprimento, foi encontrado com 3,3 toneladas de cocaína próximo da Costa Rica, na América Central. Nos últimos anos, pelo menos dez embarcações do tipo foram encontradas. A maioria pertencia ao cartel do Vale do Norte.

Sucessor do cartel de Medellín, cujo líder Pablo Escobar foi assassinado em 1993, e do cartel de Cali, cujos chefes estão presos nos Estados Unidos, o cartel do Vale do Norte é considerado a principal organização criminosa existente hoje na Colômbia. O país, que faz fronteira com o Brasil, é considerado o maior produtor e exportador de cocaína do mundo.

O cartel do Vale do Norte é chefiado por quatro homens, além de Abadia. O poderoso chefão é Diego Leon Montoya-Sanchez, o "Don Diego", de 46 anos, protegido pela organização paramilitar Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC). Ele é a principal conexão do cartel com traficantes mexicanos, que dominam a rota final do tráfico de drogas para os Estados Unidos.

Por conta da queda no consumo de sua droga pelos norte-americanos, que atualmente preferem substâncias sintéticas (como ecstasy), os colombianos têm apostado mais no Brasil como mercado consumidor. Antes, o país servia mais como rota da droga enviada à Europa. Agora, até heroína (droga feita a partir da papoula) produzida pelo cartel é vendida aqui.

Outro líder conhecido é Wilber Varela-Fajardo, de 49 anos, responsável por encomendar as mortes dos inimigos do cartel. Sua função é determinar os valores que cada líder da organização deve contribuir para financiar os assassinatos de rivais e informantes da polícia. Luis Hernando Gomez-Bustamante, de 48 anos, o "Rasguño", é outro chefe do cartel que está preso nos Estados Unidos.

Também lidera a organização Carlos Renteria-Mantilla, de 61 anos. Junto com os demais líderes, ele é o responsável por tomar as decisões sobre carregamentos de drogas em navios e pagamento de propinas para policiais.

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