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Iguaçu: inaugurado em 1954, durante o governo de Bento Munhoz da Rocha Netto, o Palácio Iguaçu passou por sua primeira grande reforma  e reabriu no mês passado. | Antonio More/Gazeta do Povo
Iguaçu: inaugurado em 1954, durante o governo de Bento Munhoz da Rocha Netto, o Palácio Iguaçu passou por sua primeira grande reforma e reabriu no mês passado.| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Novo espaço

Governo transformou salão em "sala de situação"

O governo estadual inaugurou no mês de março uma "sala de situação" no Palácio Iguaçu. O espaço tem servido para os encontros do governador com o secretariado, como na reunião ocorrida na semana passada em que foram estipuladas as metas dos contratos de gestão de cada pasta para 2012. O projeto foi desenvolvido pela Celepar, porém, a assessoria da empresa não deu maiores detalhes sobre o projeto.

A "sala de situação" é mais uma iniciativa reeditada por Beto Richa (PSDB), agora no governo, de uma experiência de sua gestão como prefeito de Curitiba. Como no espaço equivalente municipal, o novo ambiente servirá de sede para as reuniões do secretariado em que o governo cobra a equipe pelos resultados prometidos em contratos de gestão. Com uma estrutura de alta tecnologia também vai concentrar dados de todas as informações consideradas estratégicas que possam ajudar o governador a tomar decisões.

Sabe-se, também, que a sala vai ocupar o salão Pé de Cachimbo, que fica no segundo andar do Palácio, ao lado do gabinete do governador. A escolha do local foi lamentada pelo historiador Jair Elias dos Santos, autor de um livro sobre a história do Palácio. Ele afirma que móveis decorativos modernos estão sendo usados para decorar as salas de assessores do governador, o que descaracterizaria o projeto original. "O salão será reformulado de uma forma que desrespeita o projeto de decoração do Palácio, assinado pelo decorador Júlio Sena na década de 1950".

Santos afirma que o espaço é o mais "vilipendiado" do prédio. Em 1995, o então governador Jaime Lerner transformou o salão em auditório. Nesta mudança um lustre com detalhes em formato de abacaxi teria desaparecido. (SM)

A reabertura do Palácio Iguaçu, o prédio histórico da sede do governo estadual, recuperou um espaço da memória da política paranaense. Depois de cinco anos fechado para reformas, o prédio ficará parcialmente aberto para os cidadãos. Durante a rápida cerimônia de reinauguração, no mês passado, o governador Beto Richa (PSDB) anunciou que o Iguaçu deve abrigar exposições e mostras organizadas pela Secretaria de Estado da Cultura abertas ao público – desde que as visitações não atrapalhem os trabalhos dos servidores no Palácio.

Segundo a Casa Civil, res­­­ponsável pela administração dos imóveis do Poder Executivo, as portas do Iguaçu ficam abertas ao público apenas enquanto alguma exposição estiver montada no saguão do prédio. Isso porque a secretaria ainda está desenvolvendo um sistema de visitas guiadas para estudantes das escolas da rede pública. Mesmo assim, a Casa Civil informa que, sob consulta, é possível agendar horários para visitas em datas e horários especiais.

E o que ver no Palácio Iguaçu? Para os que se interessam por história e arquitetura, o prédio, em si, já é uma grande atração. Projetado pelo arquiteto carioca (radicado em Curitiba) David Azambuja, sob encomenda do então govenador Bento Munhoz da Rocha Netto, o palácio é considerado um expoente da arquitetura modernista no país.

Já na parede externa, à esquerda de quem olha a fachada, há o mural "Paraná" em que o artista plástico Poty Lazzarotto registra as origens e o desenvolvimento do estado. A obra, concebida em concreto cru, foi pintada durante a reforma, para indignação dos historiadores.

Entre os espaços com acesso livre para os cidadãos está o saguão de amplo pé direito, com piso quadriculado em mármore paranaense e a imponente escada em leque. Há ainda um grande painel de pedra embaixo relevo do artista Humberto Cozzo que representa os diversos ciclos econômicos da história do estado.

Outro destaque é o mapa do Paraná esculpido em alto relevo nos jardins posteriores ao Palácio. Instalado no piso, por Miguel Roger, no mapa podem ser observados, em escala cartográfica, os 200 mil km² do território paranaense, os três planaltos do relevo estadual, a Serra do Mar e o litoral.

Nos demais andares do Palácio, o acesso é restrito. Uma pena, pois há um verdadeiro museu fora do alcance da maioria da população espalhado pelos corredores, salas e gabinetes. Móveis históricos e obras de artistas renomados como Arthur José Nísio e Theodoro De Bona compõem o acervo público. Para amenizar, a Casa Civil criou uma visita virtual ao Palácio com fotos dos salões, das obras de arte e alguns dados da história do edifício. A visita está disponível no endereço: www.casacivil.pr.gov.br.

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