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Ao falar na manhã desta terça-feira no Senado, em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) que trata do combate à corrupção no país, o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo, criticou a demora do Judiciário, sobretudo do Supremo Tribunal Federal (STF), com relação à censura imposta ao jornal O Estado de S. Paulo há 753 dias para impedir o diário de publicar denúncias contra o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

O presidente da ABI criticou o presidente do STF, ministro Cezar Peluzo. "Até agora, o ministro, presidente do Conselho Nacional de Justiça, não chamou à correção os processos dessa violência cometido contra o Estado de S. Paulo, que se arrasta em meio a filigranas jurídicas e judiciais, como uma grande chicana com o aval da principal Corte Justiça do País", afirmou.

Azedo citou o episódio da censura como "um exemplo vergonhoso de impunidade e da leniência, da cumplicidade do poder Judiciário até em seu mais alto nível". Maurício Azedo lembrou que "o noticiário jornalístico está repleto de casos e avanços de agressão a coisas públicas que não resultam nem em processo nem na condenação de ninguém". "Podem condenar talvez o entregador de café, mas os peixes grandes estão protegidos por essa impunidade", acrescentou.

O diretor executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, por sua vez, disse considerar normal os partidos que vencem as eleições nomearem pessoas de confiança em órgãos públicos, mas entende que há um "um abuso" no País, provocado pelo "loteamento da administração pública com os partidos", o que chamou de "usina de corrupção". "Os nomeados são agentes partidários que não trabalham para o público", alegou. É descabido que a Constituição permita isso", acrescentou, recebendo o apoio do senador Pedro Taques (PDT-MT), para quem "partido político não serve para dar emprego a quem quer que seja".

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