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Comissão da verdade

Acordo sobre votação saiu no banheiro

Cardozo: telefonema “secreto” para Dilma no banheiro de Marco Maia | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Cardozo: telefonema “secreto” para Dilma no banheiro de Marco Maia (Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo)

Um local inusitado serviu de cenário para os momentos mais decisivos na negociação que possibilitou a aprovação da Comissão da Verdade no plenário da Câmara Federal na quarta-feira. Com o aumento da tensão entre governo e oposição pondo em risco a tentativa de acordo, os principais interlocutores foram parar no banheiro.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, recorreram à privacidade do banheiro do gabinete do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para telefonar para a presidente Dilma Rousseff, em viagem a Nova York para participar da assembleia da ONU, e ouvir, como resposta, a desaprovação dos termos negociados por seus representantes, naquele momento, com a oposição.

Como os líderes da oposição, ACM Neto (DEM-BA) e Duarte Nogueira (PSDB-SP), já davam como encerrada a tentativa de acordo, novamente os negociadores recorreram ao reservado do banheiro. Para salvar a votação ainda naquela noite, Marco Maia engrossou a população do sanitário, levando os dois líderes da oposição para a reunião com os ministros, que se mantinham no banheiro.

Aperto

A essa altura, já se apertavam nos cerca de 1,5 metro por 2,6 metros do banheiro: Cardozo, Maria do Rosário, Maia, José Genoino (assessor do Ministério da Defesa), o líder do governo, Candido Vaccarezza (PT-SP), e os líderes ACM Neto e Duarte Nogueira. O acordo saiu e o projeto foi aprovado. "Foi uma noite inusitada", constatou Maia. "[O banheiro] foi a busca por um espaço para se fazer uma conversa sem que todos ouvissem. Uma busca de privacidade", justificou o presidente da Câmara.

Antes, porém, uma reunião preliminar ocorreu no banheiro do gabinete da liderança do DEM. Os líderes ACM Neto, Duarte Nogueira, e o da minoria, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), se reuniram com Marco Maia para apresentar o texto que a oposição concordava em votar. "As duas salas da liderança estavam tomadas por deputados", argumentou o anfitrião ACM Neto.

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