Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Barbárie em Bragança

Acusado de queimar família foi ao velório

Sobrevivente diz ter visto o marido, mas não conseguiu avisar

O homem apontado pela polícia como mentor do assalto a uma loja e do assassinato de três pessoas em Bragança Paulista (a 83 km de São Paulo) foi ao velório das vítimas, na segunda-feira, 15 horas depois de supostamente tê-las queimado vivas no veículo da família. O eletricista Luís Fernando Pereira, de 37 anos, foi preso na terça-feira, após ter sido apontado como cúmplice pelo serralheiro Joabe Severino Ribeiro - que, segunto a polícia, confessou o crime.

Parentes de Eliana Faria da Silva, de 32 anos, e Leandro Donizete de Oliveira, de 31, afirmam que o eletricista teria fingido solidariedade à família para tentar obter informações sobre a investigação do crime. Pereira, que segundo a polícia teria confessado o crime, também quis saber o estado de saúde de Luciana Dorta Gomes, de 27 anos.

Única sobrevivente do crime, Luciana - funcionária da loja Sinhá Moça, da qual Eliana era gerente - escapou do veículo ainda em chamas. Ela conseguiu tirar do carro Vinícius, de 5 anos, filho do casal. O garoto teve 90% do corpo queimado e morreu na terça-feira. Luciana está internada, com queimaduras em 70% do corpo.

O depoimento da sobrevivente, segundo a polícia, foi essencial para que os suspeitos fossem presos. Ela lembrava do carro usado pelos criminosos usados na ação, das letras e de dois números da placa do veículo. O Detran cruzou os dados e conseguiu apontar o dono do veículo suspeito.

Segundo parentes do casal, Pereira prestava havia dez anos serviços para a Sinhá Moça - ele teria feito a família e Luciana reféns para roubar dinheiro do cofre da loja. O nome do eletricista estava na agenda de Eliana.

Além de ir à cerimônia no cemitério, Pereira esteve, no dia do crime, na Delegacia Seccional de Bragança e falou com o marido de Luciana, o motorista de transporte escolar Fábio Gomes Dorta, de 27 anos. "O rapaz queria saber o estado de saúde dela", disse o também motorista Pablo Gomes Dorta, cunhado de Luciana, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".

De acordo com a polícia, na noite de domingo, quando sua família foi feita refém pela dupla, Eliana disse baixinho para a colega: "Fica tranqüila que eu sei quem está fazendo isso." A frase teria sido ouvida pelo serralheiro Joabe Severino Ribeiro, de 36 anos, preso na segunda-feira, que também confessou o crime. Com medo de ser reconhecido, ele teria dado a ordem de que todos os reféns fossem mortos.

Os assaltantes jogaram tíner no carro e atearam fogo. Eliana, amarrada no banco da frente, e Leandro, preso no porta-malas, morreram carbonizados. Luciana, que estava no banco de trás, consegiu escapar, levando com ela o menino Vinícius.

De acordo com o cunhado, Luciana conseguiu deixar do Palio e puxar o menino, já que a porta de trás do carro estava aberta. Depois, rolou na grama para apagar as chamas. "Quando os assaltantes voltaram, a Luciana se fingiu de morta."

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.