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Acusados pela CPI dos Sanguessugas de envolvimento na compra de ambulâncias superfaturadas tentam se defender para evitar a cassação do mandato. O deputado Benedito Dias (PP-AP), um dos 72 citados no relatório preliminar aprovado nesta quinta-feira, disse que vai provar ao Conselho de Ética que recebeu doação de campanha do empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia das ambulâncias. De acordo com Dias, Vedoin fez uma contribuição de R$ 40 mil à sua campanha em 2002. O deputado disse que a contribuição não foi declarada, mas não considera que sua conduta configure quebra de decoro parlamentar.

- Vou me defender e o povo, no dia 1º de outubro (data das eleições), vai me julgar. Nenhum prefeito do meu estado recebeu um telefonema meu para falar: esse vai ganhar a licitação - disse o deputado, ressaltando que nunca aceitou comissão de Vedoin nem formulou emenda ou licitação direcionada.

Embora a empresa de Vedoin tenha ganho uma licitação para a compra de ambulâncias no Amapá em 2002, Dias afirmou que não tem qualquer relação com ela, uma vez que as licitações são elaboradas por prefeitos e cabe ao Ministério da Saúde fiscalizá-las.

Outro deputado na lista divulgada nesta quinta-feira, João Correia (PMDB-AC) utilizou outra tática de defesa: a de atacar a comissão. Ele disse que a CPI dos Sanguessugas foi covarde e afirmou que não existem provas contra ele nem contra ninguém do seu gabinete.

- É uma pena que o Conselho de Ética não tenha poder de convocar esse bandido (Vedoin), para que eu o desmascare. A CPI, a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República, a Corregedoria. Eu ofereci meus sigilos bancário, fiscal e telefônico, da minha família e do meu gabinete e a CPI, por uma pressão, por covardia, me incluiu entre esses parlamentares.

Vítima de pré-julgamento

Já o deputado Wellington Roberto (PL-PB) acredita ser vítima de pré-julgamento. De acordo com o relatório do senador Amir Lando (PMDB-RO) aprovado nesta quinta-feira há fortes indícios ou provas contundentes de envolvimento dele com a máfia das ambulâncias.

- Eu acho um absurdo a atitude da comissão e do próprio relator de expor nomes de parlamentares fazendo um pré-julgamento antes de haver o contraditório - reagiu.

Wellington Roberto anunciou que entrará com ações na Justiça e que vai esperar a avaliação do Conselho de Ética. Ele disse estar "absolutamente tranqüilo" quanto à sua citação:

- Até porque, ao ter acesso ao relatório, vocês vão ver que não há nada que vincule diretamente o meu nome ou de funcionários do meu gabinete à transferência de recursos ou pagamento em espécie.

Bandeira nega

César Bandeira (PFL-MA) negou que tenha qualquer relação com Planam, empresa de Vedoin:

- Em primeiro lugar, eu nunca tive nenhum contato com esse bandido (Vedoin). Segundo, eu apresentei as provas que eles não compraram nenhuma ambulância por meio de minhas emendas. Não conheço, nunca fiz negócio com ele, nem eles fizeram negócio com minhas emendas. Para o Conselho de Ética, vou apresentar a mesma coisa que já entreguei pra eles (os integrantes da CPI), as licitações todas, provando que eles não compraram uma ambulância com minhas emendas.

Segundo Bandeira, a acusação refere-se a depósito da empresa na conta de um assessor de seu gabinete. Para o deputado do PFL, o critério para as acusações foi político.

- Hoje em dia, na Câmara, a palavra de um bandido vale mais que a de um parlamentar. As provas materiais, eu mostrei - encerrou.

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