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PMDB ganha coroa de flores

Uma provocação virou polêmica ontem na Câmara Municipal de Curitiba. Minutos antes da sessão do Legislativo, uma coroa de flores foi colocada com os dizeres: "Aqui jaz o PMDB velho de guerra". A atitude desagradou ao vereador Valdenir Dias, que se desligou do partido ontem e considerou a brincadeira de mal gosto. Pelo teor da frase, Dias afirmou que Paulo Salamuni (PV), outro ex-peemedebista, teria encomendado o ornamento funerário. Salamuni negou, apesar de dado boas risadas diante da situação. (DN)

O presidente estadual do PMDB, Renato Adur, avaliou positivamente a saída dos últimos dois vereadores curitibanos com os quais o partido contava. Valdenir Dias entregou ontem sua carta de desfiliação, e Felipe Braga Côrtes comunicou sua saída na semana passada. Para Adur, agora ficou mais fácil eleger vereadores pela legenda no ano que vem, o que deve atrair novas lideranças para o partido.

Em 2004, o PMDB elegeu quatro vereadores em Curitiba e conquistou Dias em 2005. Destes, um foi eleito deputado estadual (Reinhold Stephnes Júnior) e outros quatro pediram desfiliação (além dos dois, Celso Torquato e Paulo Salamuni).

Adur disse que lamenta a saída dos dois vereadores, mas acredita que essas desfiliações criam uma situação positiva. "Temos dezenas de candidatos a vereador que fazem de 3 mil a 5 mil votos. O PMDB faz 15% a 20% dos votos de Curitiba, ou seja, com 4 a 5 mil votos, um candidato se elege no PMDB", diz Adur. Ele avalia que, em outros partidos, o candidato terá de fazer 13 mil votos. Com isso, o PMDB teria virado a "noiva" preferida para os candidatos a vereador.

O deputado estadual Waldyr Pugliesi, líder do PMDB na Assembléia Legislativa, disse que a saída dos dois vereadores é um exemplo de como o mandato deveria ser do partido, não do eleito. "O Brasil precisa fazer urgentemente uma reforma política séria para evitar que pessoas inescrupulosas usem os partidos apenas para se eleger e depois vão embora", afirmou. "Os dois não se identificavam com o ideário peemedebista e não farão falta nenhuma."

Segundo Renato Adur, o partido não pretende conquistar atuais vereadores para a legenda, mas está atraindo importantes lideranças, como o analista esportivo Fernando Gomes, o ex-deputado Natálio Stica, a ex-deputada federal Dra. Clair. Além disso, teria nomes fortes para a disputa parlamentar, como Márcia Schier.

Em 1982, na primeira eleição direta para vereador depois do fim do regime militar, o PMDB elegeu 22 vereadores, de 33 no total. Em 1988, na gestão de Roberto Requião na prefeitura, foram 12 vereadores eleitos. Em 1992 e 1996 foram quatro eleitos; em 2000, três eleitos, e quatro nas últimas eleições.

Jorge Bernardi (PDT), que fez parte do primeiro grupo de eleitos pelo PMDB, disse que o partido do governador pode sair prejudicado nas eleições municipais de 2008. "O candidato a prefeito que tem vereadores tem mais chance porque os parlamentares têm inserção na periferia", diz Bernardi, que saiu do PMDB em 1985.

Valdenir Dias e Felipe Braga Côrtes ainda não definiram para qual partido vão migrar. Desde eleitos, eles votavam com a bancada do prefeito e ficaram em uma situação difícil depois das divergências entre Roberto Requião (PMDB) e o prefeito Beto Richa (PSDB).

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