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Márcio Thomaz Bastos: questionamento sobre a origem do dinheiro com que Cachoeira contratou o ex-ministro | Lia de Paula/Ag. Senado
Márcio Thomaz Bastos: questionamento sobre a origem do dinheiro com que Cachoeira contratou o ex-ministro| Foto: Lia de Paula/Ag. Senado

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos reagiu nesta sexta-feira (1º) contra a decisão do procurador da República Manoel Pastana de pedir a colegas de Goiás que abram uma investigação sobre a origem do dinheiro que Bastos estaria recebendo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a título de honorários advocatícios. O escritório de Bastos teria sido contratado por R$ 15 milhões pelo contraventor, que está com os bens bloqueados por decisão da Justiça Federal. Bastos classificou de autoritária, atrasada e leviana a iniciativa de Pastana.

"Trata-se de retrocesso autoritário incompatível com a história democrática do Ministério Público. Esse procurador confunde deliberadamente o réu e o advogado responsável por sua defesa, abusando do direito de ação", disse Bastos, em nota divulgada à imprensa no início da tarde. O ex-ministro, que tem mais de 50 anos de advocacia criminal, argumenta que ao longo de toda sua carreira "jamais se defrontou com questionamentos desse calão, que atentam contra o livre exercício do direito de defesa, entre outros direitos e garantias fundamentais, tanto do acusado como do seu defensor".

Segundo Bastos, os honorários que recebe "seguem as diretrizes preconizadas pelo Código de Ética da Advocacia" e "respeita todas as regras impostas pela Receita Federal do Brasil". "Causa indignação, portanto, a tentativa leviana de intimidar o advogado, para cercear o direito de defesa de um cidadão. Trata-se de lamentável desvio de finalidade", disse o ex-ministro. Pastana, que é procurador Regional da República no Rio Grande do Sul, enviou representação contra Bastos ao chefe do Ministério Público Federal em Goiás, Alexandre Moreira.

O documento foi encaminhado aos procuradores Léa Batista e Daniel de Resende Salgado, que estão à frente da Operação Monte Carlo, investigação sobre os negócios de Cachoeira. Os dois procuradores ainda vão decidir se vão dar seguimento ao pedido de Pastana. No momento, os dois estão concentrados no andamento do processo contra Cachoeira, que sofreu um duro revés com a decisão do desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de suspender os depoimentos de réus e testemunhas do caso.

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