O advogado do empresário Luiz Abi Antoun, primo do governador Beto Richa preso em Londrina, ocupou cargos no Executivo do estado e trabalha atualmente na liderança do governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O advogado, Marcello Alvarenga Panizzi, compareceu nesta quarta-feira (18) ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para acompanhar depoimento de Abi, que é acusado de fraudar licitação de R$ 1,5 milhão para o conserto de carros do governo do Paraná.
Panizzi disse estar licenciado do trabalho no gabinete da liderança. Mas, até esta quarta, não havia sido publicado nenhum ato confirmando exoneração ou licença dele das funções.
O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), líder do governo na Assembleia, disse que o fato do seu funcionário advogar para o primo do governador não significa que haja relação institucional entre Abi e o governo. Mais tarde, Romanelli emitiu nota informando que Panizzi exerce a função de assessor jurídico de plenário, o que não gera incompatibilidade legal no exercício da advocacia privada. Segundo a nota, Panizzi prestou o primeiro atendimento a Luiz Abi a pedido do advogado de defesa do caso, Sérgio Botto de Lacerda – que é procurador do estado lotado na coordenadoria de recursos e ações rescisórias. No governo de Requião, Botto foi procurador-geral do estado.
O líder do governo ainda informou que os dois dias em que Panizzi prestou serviços fora da Assembleia serão descontados de seu salário. De acordo com o site da Transparência da Assembleia, Panizzi recebe salário bruto de R$ 12.083,34 – o valor líquido é de R$ 9.891,31.
“Do governo”
Em seu depoimento ao Gaeco, Abi permaneceu em silêncio. Acabou sendo o seu advogado quem deu a principal informação do dia. Questionado sobre de onde conhecia Abi, Panizzi respondeu: “do governo”. O governo tem negado que Abi tenha influência na administração. Apesar de não ter cargo formal, o primo de Beto Richa é considerado “influente”.
Silêncio
Assim como Abi, Ismael Ieger, dono da oficina Providence, e Roberto Tsuneda, sócio do empresário na KLM Brasil, também permaneceram em silêncio nos seus depoimentos desta quarta ao Gaeco. As duas empresas são investigadas por suposta participação na fraude da licitação para contratar o serviço de manutenção de veículos oficiais na região de Londrina.



