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O advogado do PT, João dos Santos Gomes Filho, apresentou nesta quarta-feira à imprensa a fotocópia de uma carta protocolada na sede do partido por Nilton Micheleti, irmão do prefeito Nedson Micheleti. Na carta, Nilton cobra pagamento por serviços prestados à campanha eleitoral do PT no ano passado. Na opinião de Gomes Filho, trata-se de um documento com "tom nitidamente de chantagem". Nilton nega.

A carta foi protocolada na sede do Partido dos Trabalhadores no dia 5 de julho, tendo como destinatário o presidente do partido e secretário municipal de Gestão Pública, Jacks Dias. "Favor analisar e ligar para combinar-mos data para pagamento. Caso não receba nenhum retorno serei obrigado a entrar com cobrança judicial, que pode ter desdobramentos desagradáveis", diz trecho do documento.

Na opinião do advogado Gomes Filho, ao não receber o que cobrava, Nilton teria participado de um suposto esquema de opositores políticos do PT, que teria culminado com as denúncias da ex-assessora do partido Soraya Garcia, no final de julho. Ela acusou a existência de um caixa dois de R$ 6,5 milhões na campanha que reelegeu o prefeito no ano passado. O irmão de Nedson apoiou a denúncia de Soraya.

Segundo Gomes Filho, o irmão do prefeito pediu R$ 17 mil ao PT. "Esta carta é anterior às denúncias esparramadas por aquela senhora. E ela tem um tom nitidamente de chantagem. Ela se refere a ‘ou você vai me dar o dinheiro ou eu vou te criar dissabores, circunstâncias desagradáveis’. Esta carta é a prova material de que o irmão do alcaide pediu R$ 17 mil para não criar esse circo que foi feito", afirmou.

O advogado do PT também disse que a divulgação da carta de Nilton teria sido feita sem o consentimento do prefeito. "Foi um dos maiores desafios tentar convencer o prefeito da importância da divulgação desta carta. Mas ele não autorizou. Peço desculpas a ele."

Tesoureiro

O tesoureiro do PT e diretor de Marketing da Sercomtel, Francisco Carlos Moreno, confirmou que Nilton havia pedido R$ 17 mil. "Junto com a carta para o Jacks ele entregou uma planilha com o que ele achava que o partido devia para ele na campanha", contou. Moreno alega, no entanto, que Nilton foi um voluntário e que o PT não reconhece qualquer dívida com ele. "Ele é irmão do prefeito. Trabalhou na campanha como voluntário", resumiu.

Segundo Moreno, na planilha apresentada por Nilton constavam valores referentes a salários e combustível, entre outros. O tesoureiro disse que conversou pessoalmente com o irmão do prefeito para dar a resposta sobre a carta. "Disse que não reconhecíamos a dívida e que ele procurasse seus direitos." Por meio da assessoria de imprensa, o prefeito Nedson disse que não comentaria o assunto.

Para Nilton, denúncia de extorsão é "ingenuidade"

Saiba mais sobre o caso na reportagem em vídeo

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