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Partidos de oposição e o governo federal devem evitar o confronto direto e buscar aliança em torno de temas importantes para o País. É a proposta que defende o senador Aécio Neves (PSDB), para quem algumas questões, como o valor do salário mínimo, são de interesse comum e não podem ser transformadas em "bandeiras de caráter político" simplesmente pelo embate.

Considerado um dos principais nomes da oposição, o senador defende uma aproximação com a base de sustentação do governo da presidente Dilma Rousseff. "Vocês vão, nesse futuro Congresso, se deparar em muitos momentos com alianças de partidos que estão na oposição, como o PSDB, o Democratas e o PPS, com setores da base do governo em torno de temas que são importantes para o País", afirmou hoje, durante a primeira visita oficial que fez a seu sucessor, Antônio Anastasia (PSDB), depois da posse do atual governador.

Para Aécio, a discussão sobre o reajuste do salário mínimo, por exemplo, deve ser feita com base em "uma análise mais técnica". Ele afirmou que o PSDB lutará por um valor maior que os R$ 545 anunciados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada. Mas não adiantou se a legenda vai bater o pé por R$ 600 valor defendido pelo candidato tucano à Presidência, José Serra durante a campanha eleitoral.

"O governo, sempre quando manda uma proposta de salário mínimo, mantém uma margem de discussão política, uma margem de aumento. Acredito que essa negociação ocorrerá. Não devemos fazer do salário mínimo, como de nenhum outro tema, até belas bandeiras de caráter político. É uma discussão extremamente séria", disse.

Outro exemplo dado pelo senador foi a questão municipalista que, segundo ele, terá "campo fértil" para negociação com setores do governo federal. "Eu acho que haverá temas que aproximarão os partidos da oposição de setores da base do governo, que não se distanciarão, tenho certeza, do discurso que fizeram na campanha eleitoral", afirmou.

Mas Aécio não descartou a possibilidade de confronto caso não haja acordo com o governo. Para o senador, cabe aos parlamentares a definição de uma agenda de "grandes temas nacionais e buscar interlocução dentro do próprio governo, quando possível e necessário". "Quando não for possível, vamos obviamente para o embate político", alertou.

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