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Para governo, discurso de Aécio no Senado é "desespero"

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, rebateu nesta quarta-feira o>discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG no qual ele afirmou que o governo Dilma Rousseff não está cumprindo suas promessas de campanha

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Lindbergh rebate Aécio

Para rebater Aécio, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o discurso do tucano não era competitivo para quem pleiteia disputar a Presidência, pois o tucano não mencionou as palavras "povo, pessoas, gente, emprego, miséria".

"Em mais de 30 minutos de discurso, pessoa, gente, inclusão, miséria, isso não foi colocado em pauta. Mais de 40 milhões de brasileiros entraram na classe média. Em relação à miséria, vamos conseguir chegar a perto da erradicação da miséria do nosso país. Vossa Excelência também não falou de emprego", criticou o petista.

Em defesa de Aécio, os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmaram que todo o discurso do tucano foi focado no povo.

"Eles [PT] não sabem ouvir. Não ouviu o discurso do senador Aécio que falou de seca, é povo, é gente brasileira que sofre hoje no Nordeste com a omissão absoluta do governo federal", afirmou Cunha Lima.

Após o discurso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teve que suspender a sessão por alguns minutos para que o tucano recebesse cumprimentos de aliados.

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quarta-feira (20) que a presidente Dilma Rousseff "chega à metade do trabalho longe de cumprir suas promessas da campanha de 2010". Aécio Neves disse que o País está estagnado e que os recursos do governo têm sido gastos somente com propaganda, como é, na opinião dele, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das vedetes do governo federal.

No discurso, o tucano enumerou o que considera 13 fracassos dos 10 anos do governo petista, no dia em que um ato vai comemorar em São Paulo as gestões Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Entre eles, destacou que o País foi salvo do apagão de energia pelo "péssimo desempenho da economia" no ano passado.

O senador disse que o governo foi poupado porque a economia cresceu menos e, segundo ele, a infraestrutura do setor foi construída pelo governo Fernando Henrique Cardoso. "Esse risco (do apagão) só não é maior porque o parque termoelétrico da gestão Fernando Henrique Cardoso, tão combatido pelo PT, opera com a capacidade máxima", disse.

"Hoje seria um ótimo dia para que o PT revisitasse a sua história", criticou. "O Brasil não foi descoberto pelo ano de 2003", afirmou o senador tucano em discurso no plenário do Senado.

Aécio: falta "autocrítica e humildade" ao PT

Para o tucano, falta "autocrítica e humildade" aos petistas. O senador disse que sua fala é uma "colaboração crítica" à prática do PT de exaltar os governos de Dilma e do ex-presidente Lula e minimizar os feitos de FHC.

"O PT transformou o nosso partido no convidado de honrar da sua festa. Eu aceito o convite porque temos muito o que dizer aos nossos anfitriões. Apesar do esforço do partido em se apresentar como redentor do Brasil moderno, é justo assinalar algumas ausências importantes na celebração petista. Nela, não estão presentes a autocrítica, a humildade e o reconhecimento", disse.

Em um ataque aos petistas, Aécio afirmou que o partido que hoje também celebra dez anos de governo precisa definir que tipo de comemoração vai realizar.

"Qual o PT que celebra aniversário hoje? O que fez da ética sua principal bandeira eleitoral ou o que defende em praça pública os réus do mensalão? O que condenou privatizações do PSDB ou que as realiza hoje, sem constrangimento? O que defende o Estado forte ou o que coloca e risco as principais empresas nacionais?", questionou.

O tucano disse que o "Brasil não foi descoberto em 2003", quando Lula tomou posse, mas conseguiu muitos resultados positivos em sua gestão "graças às contribuições de governos anteriores".

Aécio lembrou episódios no qual diz que o PT "errou" no passado, como não ter apoiado a Constituição de 1988, ter se colocado contra o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Todas as vezes em que o PT teve que optar entre o Brasil e o PT, o PT ficou com o PT."

Em um recado a Dilma, Aécio disse que a presidente chega à metade de seu mandato "longe de cumprir as promessas de 2010". "O Brasil parou. Os pilares da economia estão em deterioração." Fracassos

Aécio disse que teve "dificuldades" para listar "apenas 13 fracassos" do PT. O número, simbólico, foi escolhido pelo tucano por ser o número do PT nas urnas.

Entre os erros apontados, estão o PIB (Produto Interno Bruto) per capita abaixo do esperado, a paralisia de obras pelo país, o sucateamento das indústrias, o baixo crescimento econômico com a inflação acima da meta esperada pela equipe econômica, a perda de credibilidade externa do país e o "desmonte" de estatais, como a Petrobras e a Eletrobras.

Aécio também colocou como "erros" o discurso "irreal" de autossuficiência em combustíveis, os riscos de apagão constantes e a concentração da autonomia governamental nas mãos da União.

Para o tucano, também há "fracassos" na segurança pública, educação, saúde. E no "estímulo à intolerância e ao autoritarismo".

"Setores do PT estimulam a intolerância como instrumento de ação política, tratam adversário como inimigo a ser batido. Tentam cercear a liberdade de imprensa. Para fugir do debate, transformam em alvo aqueles que têm coragem de apontar seus erros", afirmou.

Aécio deixou para listar como último "fracasso" do PT o que chamou de "conivência com maus exemplos".

"São práticas que afrontam a consciência ética do país. Os casos de corrupção se sucedem. Não falta quem defenda ilegalidades sob o tom de que os fins justificam os meios", disse. O discurso de Aécio é a largada pública do PSDB à disputa de 2014. As bancadas do partido na Câmara e no Senado, além do presidente, Sérgio Guerra (PSDB-PE), compareceram em peso ao plenário da Casa para acompanhar o discurso do senador.

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