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Aécio Neves participou do lançamento de livro em homenagem a José Richa | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Aécio Neves participou do lançamento de livro em homenagem a José Richa| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB à Presidência da República, disse nesta segunda-feira (19) que há, sim, diferenças entre ele e o pernambucano Eduardo Campos, presidenciável do PSB. No início do mês, o tucano havia afirmado "não ver" como, a partir de 2015, os partidos não estarem "juntos" em um mesmo "projeto de construção de um novo país". "Se não tivéssemos [diferenças], estaríamos no mesmo partido, apoiando a mesma candidatura", declarou.

De passagem por Curitiba para o lançamento do livro sobre a trajetória política do ex-governador do Paraná José Richa, pai do governador Beto Richa (PSDB), Aécio não poupou ataques ao PT e a presidente Dilma Rousseff. Afirmando que não fará um governo de demagogia, defendeu que a gestão petista falhou na condução da economia, na gestão do Estado e nos avanços dos indicadores sociais. Confira o que falou o tucano em sua passagem pelo Paraná:

Diferença de Eduardo Campos

Em relação às diferenças ao Eduardo, é claro que nós temos diferenças. Se não tivéssemos, estaríamos no mesmo partido, apoiando a mesma candidatura. E é bom que essas diferenças sejam debatidas. Não temo nossas diferenças tampouco as convergências, quando elas são boas para o país.

Tom da campanha

Temos um projeto para o Brasil. É nossa responsabilidade apresentar uma proposta diferente desta que está aí e vamos cumpri-la. Vamos apresentar um projeto programático para o Brasil, onde o aparelhamento absurdo da máquina pública possa ser substituído pela meritocracia; onde essa gestão que assusta investidores possa ser substituída por cenário de estabilidade, de respeito às regras, de fortalecimentos às agências reguladoras; onde essa visão anacrônica e ideologizada da política externa, que não tem nos levado a lugar algum, possa ser substituída por uma visão mais pragmática em defesa dos interesses reais do Brasil, com parceiras com outras nações do mundo. Nossa campanha vai ser focada num novo Brasil. Se nossos adversários ao final de 12 anos só tem a oferecer aos brasileiros o medo e a desesperança, nós vamos apresentar a coragem para fazer as mudanças e trazer de novo a esperança aos lares dos brasileiros.

Medidas impopulares

O Brasil precisa de um governo que fuja da demagogia, que faça aquilo que for necessário, sem olhar as curvas de popularidade. Quanto a medidas impopulares, elas já foram tomadas pelo atual governo. Nós vamos tomar medidas que as corrijam, como, por exemplo, aquelas que nos levaram a ter o recrudescimento da inflação. Não há nada mais impopular, danoso, perverso para o cidadão, sobretudo o de baixa renda, do que o retorno da inflação, do baixo nível de investimento, do crescimento pífio, que será o pior dentre todos os países da América Latina na última década. Ninguém se engana mais, o Brasil está hoje no final na fila. O sentimento que se tem hoje lá fora em relação ao Brasil é de risco, de um país que não cumpre contratos, que intervém de forma estabanada em setores vitais da economia. O governo do PSDB não será o governo da demagogia.

Influência eleitoral da Copa

Vamos torcer para o Brasil ganhar a Copa, trazer alegria para nossa gente e vamos mudar o Brasil, encerrar este governo que está aí. A questão é que grande parte daquilo que foi prometido como legado, grandes obras de infraestrutura, nada disso aconteceu. Ficou tudo no meio do caminho. O Brasil hoje é um grande cemitério de obras inacabadas, com sobrepreços por toda a parte. Essa sim é uma responsabilidade sobre a qual o governo haverá de responder. Hoje, o atual governo promete muito e entrega muito pouco. Nenhuma das demandas das manifestações de julho do ano passado foi adequadamente atendida.

Alianças estaduais com o PSB

Ninguém vai contra a realidade. Em Minas Gerais, não é diferente do que acontece no Paraná. O PSB participa do meu governo desde que eu me elegi em 2002 e continua participando até hoje. Eu, assim como o Beto [Richa], apoiamos o candidato do PSB para a prefeitura da capital dos nossos estados. O que vai acontecer é que as figuras do PSB trabalharão obviamente para o seu candidato. Isso é muito natural, vejo isso com absoluta tranquilidade. Nós, do PSDB, trabalharemos para o PSDB.

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