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Em  2014, Alckmin deu apoio discreto a Aécio na corrida eleitoral | George Gianni/Fotos Publicas
Em 2014, Alckmin deu apoio discreto a Aécio na corrida eleitoral| Foto: George Gianni/Fotos Publicas

Os grupos do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), já começam a travar o que tem sido chamada internamente de “guerra surda” pelos critérios que deverão decidir o nome da legenda para a sucessão presidencial de 2018.

Do lado dos alckmistas, é crescente a defesa de que a indicação não deverá passar por pesquisas eleitorais, critério em que Aécio tem se despontado, mas que, para os paulistas, trata-se de mero recall da última eleição presidencial.

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Na avaliação de integrantes do grupo do governador de São Paulo, a escolha deve se basear principalmente em dois fatores. O primeiro é o potencial de cada um em agregar o maior número de partidos na chapa presidencial. A avaliação parte do pressuposto de que um dos pontos de desequilíbrio na próxima eleição, que não poderá contar com doações empresariais, será o tempo de TV e a estrutura partidária dos aliados. Dentro desse contexto, parte da estratégia passa pela busca de uma aliança de partidos de porte médio como o DEM e o PSB.

O partido socialista é comandado em São Paulo pelo vice-governador Márcio França, que assumiu a frente das negociações para levar a legenda para Alckmin. Segundo integrantes da cúpula nacional do PSB, uma contrapartida estudada é um possível apoio dos tucanos à candidatura de França na disputa pela sucessão de Alckmin no governo estadual. Além das alianças, integrantes do grupo do governador também consideram que a gestão à frente do Estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do País, servirá como uma “boa vitrine” para Alckmin na conquista de eleitores.

Urna

Um segundo fator, para os paulistas, deve ser o potencial de votos a ser alcançado. Alckmin comanda o maior colégio eleitoral do País - onde há grande resistência ao petismo. No 2.º turno das eleições de 2014, o PT teve sua menor votação das quatro últimas eleições presidenciais, com pouco menos de 8,5 milhões de votos (35,7% dos válidos). Aécio teve 15,3 milhões de eleitores.

Alckmistas dizem que Aécio não se elegeria sem o apoio do governador em São Paulo e que o ideal para o mineiro é tentar reconquistar Minas Gerais, perdido para Fernando Pimentel (PT) nas últimas eleições e onde o tucano não tem um candidato forte para enfrentá-lo na reeleição.

Um dos primeiros embates entre as duas alas deverá ocorrer no primeiro semestre de 2017, quando será realizada a convenção de escolha dos principais cargos da Executiva Nacional do partido. Os paulistas dizem que Aécio, pelo estatuto, não pode ser reconduzido à presidência do partido. “A aliança num sistema presidencialista é importante para tempo de TV, para capilaridade de estrutura, mas o que ganha uma eleição é o candidato e suas circunstância”, ressaltou o presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado Marcus Pestana.

Para o tucano mineiro, a realização de uma disputa no voto não está descartada. “De repente, a gente pode fazer uma prévia. Isso tem o efeito negativo, que pode semear divisões, mas quem participa da prévia deve se comprometer com o resultado”, afirmou. Pestana destaca, contudo, que um racha poderá tirar uma possível vitória nas próximas eleições. “Não podemos ter um raciocínio linear. Não podemos perder São Paulo. Tem que ser um processo de ganhos múltiplos e não de quem anula o outro. Não pode ser um processo autofágico, a disputa é legítima, mas não se pode ser um harakiri partidário”, pontuou.

Pós-2016

Para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), ligado a Aécio, a briga deverá se intensificar após a eleição municipal do próximo mês de outubro. “Essa disputa tentará ser evitada, mas ela pode acontecer. Ela só vai acontecer depois das eleições municipais, depois que você olhar o tabuleiro das eleições. E é claro que a disputa pelos espaços [na conveção]do partido antecipa isso”, emendou o ex-governador da Paraíba.

A briga municipal também é vista pelo grupo de Aécio como uma oportunidade para ele tentar consolidar o apoio das principais lideranças do PSDB, que participarão na escolha da próxima Executiva Nacional e de uma possível prévia para escolha presidencial.

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