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Vazamento de mineradora

Água para Itaperuna deve ser cortada neste sábado

Atualizado em 12/01/2006 às 20h22

O secretário estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse que o abastecimento de água para Itaperuna, no Norte fluminense, pode ser interrompido neste sábado. A cheia do Rio Muriaé já inunda seis bairros na cidade. O secretário afirmou que o problema provocado pelo vazamento de resíduos da Mineradora Rio Pomba Cataguases, em Miraí, Minas Gerais, na madrugada da quarta-feira, ainda é grave. A prefeitura de Italva, próxima cidade no curso do Rio Muriaé que deve ser atingida pela lama, aguarda análises para decidir sobre a possível interrupção na captação de água . Nesta quinta-feira, o presidente da Cedae, Wagner Victer, havia dito que a situação era mais grave do que as autoridades imaginavam no início .

- A situação é grave e, se prolongada, pode gerar uma crise sanitária. Estamos monitorando a água. Com otimismo, em dois ou três dias volta a água a Laje do Muriaé (cidade no Nororeste fluminense que teve o fornecimento cortado e sofre com inundação da chuva e a lama com resíduos de minério levada pelo Rio Muriaé) - afirmou, em entrevista ao telejornal "RJTV", da Rede Globo.

Os resíduos do vazamento da mineradora atingiram o Estado do Rio nesta quinta-feira . A primeira cidade do estado a ser atingida pela lama foi Laje do Muriaé, que já sofria com os estragos provocados pelas chuvas na Região Sudeste. A prefeitura da cidade decretou situação de emergência. A captação da água para abastecimento da população foi suspensa. Duas mil pessoas estão desabrigadas e 300 desalojadas. Minc informou que 40 caminhões-pipa a serviço da Cedae estão na região. Nesta quinta-feira, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) preparou 14 caminhões-pipa para atender a cidade, em caráter emergencial, e um carregamento de 140 mil copos de água potável para distribuir à população. A Cedae orienta a população das cidades abastecidas pelo Rio Muriaé para que estoquem água .

Grupo de emergência para avaliar impactos ambientais

Nesta sexta-feira, o Ibama e a Secretaria Estadual de Ambiente, criaram um grupo de emergência com o objetivo de avaliar os impactos causados pelo vazamento no meio ambiente. Pelo acordo de intenções, fiscais dos dois órgãos vão elaborar laudos em conjunto para que o Ibama possa multar a mineradora, que foi proibida de funcionar em Miraí definitivamente .Segundo o gerente regional do Ibama, Rogério Rocco, o valor da multa deverá ser triplicado em relação ao do ano passado.

O secretário Carlos Minc espera que parte do valor seja revertido para a Cedae e os municípios fluminenses atingidos. Essa também é a expectativa de Victer, que acionou o departamento jurídico da empresa para entrar com ação na Justiça parar ressarcir a Cedae dos gastos que está tendo devido ao acidente. Isso, no entanto, dependerá de um acordo com o governo federal, uma vez que não existe vinculação para o estado na aplicação de recursos das multas.

- A ação será movida contra o grupo controlador, a Cataguases, porque certamente a mineradora já está com seu patrimônio comprometido com as multas aplicadas pelas autoridades mineiras - explicou Victer, que entrou em contato com o prefeito de Campos, Alexandre Mocaiber, recomendando estado de alerta no município porque a lama pode chegar no Rio Paraíba do Sul, onde é feita a captação de água para Campos.

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