A chuva que caiu na noite desta quinta-feira em Miraí, uma das cidades mineiras atingidas pelo rompimento da barragem da Mineradora Rio Pomba Cataguases, agravou a situação no município, que foi inundado por lama e bauxita. O Rio Fubá voltou a subir. Ainda não há um balanço oficial sobre novos desabrigados e alagamentos. Pelo menos duas mil pessoas estão em clubes, escolas e centros comunitários. O acidente já deixou 12 mil pessoas desalojadas , na Zona da Mata do estado.
Em Muriaé, outro município mineiro afetado, não chove há dois dias. Isso é bom porque o Rio Muriaé, que corta a cidade, volta aos poucos ao leito normal. Algumas casas permanecem alagadas, mas boa parte dos sete bairros atingidos já está livre das enchentes.
O problema agora é a enorme quantidade de lama. Os moradores ainda têm muito trabalho pela frente - e prejuízos também. Móveis estão no meio das ruas, ou o que restou deles. Saíram de Belo Horizonte para Miraí quatro caminhões hidrojateadores, que permitem a lavagem sob alta pressão de superfícies e tubulações. Outros quatro caminhões-pipa já estão na cidade. Os caminhões hidrojateadores são equipados com motobombas que liberam a água em alta pressão, e têm a vantagem de poderem ser usados no desentupimento das redes pluviais ou de esgoto, que estão cheias de lama.
Nesta quinta-feira foram distribuídos mil cestas básicas, 500 colchões, 500 cobertores, material de limpeza e kits de primeiros-socorros. Roupas, calçados e móveis serão enviados ao município pelo governo estadual. O Corpo de Bombeiros de Minas já iniciou uma avaliação das casas atingidas.
A Rio Pomba Mineração, dona das barragens, informou que o desastre foi provocado pelo excesso de chuva e que vai se responsabilizar pelos danos causados no acidente.
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais determinou que a multa da empresa seja aumentada de R$ 50 milhões para R$ 75 milhões.O secretário José Carlos Carvalho anunciou, na manhã desta sexta-feira, que a interdição da Mineradora Rio Pomba será definitiva, inclusive nas instalações físicas. A empresa não poderá funcionar mais na cidade. Segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), o volume de rejeitos que vazou com o rompimento, nessa quarta-feira, corresponde a 60% da capacidade total da barragem.
Acidente prejudica também o Rio de Janeiro
Depois de Minas Gerais, é a vez de cidades do Rio de Janeiro enfrentarem a invasão de lama e resíduos que vazaram da mineradora. O laudo que vai indicar se há alguma substância tóxica na água do Rio Muriaé só deve sair daqui a três dias.
