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Águia de Ouro, Rosas de Ouro e Vai-Vai se destacaram entre as demais na segunda noite de desfiles do carnaval paulistano e engrossaram o rol das favoritas para o título do Grupo Especial de 2007, ao lado da Império de Casa Verde e Unidos de Vila Maria, que brilharam na primeira noite. Assim como na jornada anterior, nenhuma escola estourou os 65 minutos previstos como teto. De acordo com a organização, o Sambódromo do Anhembi teve 100% de lotação.

Sintonia artesanal

Em sintonia com o público, nenhuma escola superou a Águia, seja na primeira, seja na segunda jornada no Sambódromo do Anhembi. As alegorias ajudaram, a harmonia entre os integrantes contribuiu, mas foi a música que tornou possível à escola da Zona Oeste, que nunca venceu um título, convencer até os simpatizantes de outras escolas a cantar o refrão "Amor, hoje a festa é pra você / Sou da Pompéia pode crer / No Carnaval sou artesão / Minha arte é sedução".

Quinta escola a desfilar nesta jornada, a Águia seguiu à risca o que, em outro trecho, diz a letra de seu samba sobre artesanato: "A bateria vai te arrepiar". Liderados pelo mestre Juca, os ritmistas puxaram o cordão na passarela, caminhando a frente do carro abre-alas – o que é incomum. Só ficaram atrás da comissão de frente.

Luxo plástico

A Vai-Vai, segunda a pisar na passarela na noite, fez mais do que o suficiente para afirmar sua condição de favorita. Com um enredo sobre reciclagem, a escola do Bixiga veio de preto, prata e cinza e, por coerência, material reciclável. As soluções de luxo propostas pelo carnavalesco Chico Spinosa começaram por uma comissão de frente que cativou os foliões fora e dentro da passarela pela beleza.

O presidente da escola do Bixiga, região central, deixou transparecer o otimismo ao final da passagem pela avenida. "A Vai-Vai está no páreo", disse Edimar Thobias, o Thobias da Vai-Vai. Para Thobias, a escola detentora de 12 títulos mostrou em 2007 "uma combinação de tecnologia, raça, samba e tradição". A apresentadora Ana Maria Braga foi um dos destaques da escola.

Solo rachado

A Rosas de Ouro, penúltima a desfilar, também se posicionou entre as pretendentes ao título. Há 13 anos sem vencer no Grupo Especial paulistano, a escola da Zona Norte impressionou, como a Vai-Vai, pela comissão de frente, que reproduziu o quadro "Retirantes", de Cândido Portinari. Sobre um tapete, arrastado ao longo da avenida, os componentes refletiram a obra de "solo rachado".

Em outro ponto de contato com a Vai-Vai, a Rosas de Ouro vestiu na passarela as cores de sua bandeira. Azul, branco e rosa predominaram nas fantasias e alegorias que ajudaram a contar a história das ameaças ao planeta Terra. O astronauta Marcos Pontes desfilou pela escola e comparou o evento com viagem ao espaço.

Pérola Negra

As outras escolas que desfilaram durante a noite fizeram apresentações corretas. Quem teve de se esforçar mais foi a Pérola Negra, vice-campeã do Grupo de Acesso no ano passado. A escola da Vila Madalena, na Zona Oeste, encontrou dificuldades para expor o enredo "Venda como arte, comércio como sua principal representação".

Na tarde de sábado (17), um princípio de incêndio atingiu um dos carros alegóricos. No sambódromo, outro problema: a madrinha da bateria, Adriana Alves, atrasou. Para piorar, o carro "Baú de Riquezas" empacou por causa da quebra da barra de direção e provocou novo atraso. O sacrifício dos sambistas em empurrar a alegoria arrancou aplausos da platéia. Ao final, o presidente da Pérola Negra, Edilson Casal, conhecido como Nêgo, passou mal ao chegar à dispersão.

Unidos do Peruche

Mônica, Cascão e Cebolinha estiveram no sambódromo com a escola de samba Unidos do Peruche. O enredo "Com Maurício de Sousa, a Unidos abre-alas, abre-livros, abre-mentes e faz sonhar", foi uma homenagem ao criador da Turma da Mônica.

Bonecos de oito metros de altura foram a principal atração da escola, que mergulhou no universo infantil. A destaque da escola foi a empresária e professora de educação física Solange Frazão. Crianças desenharam personagens dos quadrinhos em pleno desfile.

Mancha Verde

Quarta escola a entrar na avenida, a Mancha Verde levou 3.500 componentes. Antes de iniciar seu carnaval e falar da luta entre o bem e o mal, seus integrantes rezaram uma "Ave Maria". Em uma situação inédita, a escola entrou campeã no sambódromo, já que é concorrente isolada no grupo de escolas de samba esportivas. O presidente Paulo Serdan chegou festejando o "título". "Molecada, é tudo nosso. Vamos tirar onda", disse.

O público da Globo, porém, gostou do que viu e deu nota 9,7, entre as mais altas da apuração da emissora. A Mancha concluiu sua passagem com 64 minutos, um minuto apenas antes que o tempo regulamentar estourasse. No chão, desfilou a maior atração da escola: a modelo Viviane Araújo, rainha da bateria. Sem a mesma força econômica de escolas poderosas, a Mancha fez um desfile modesto e tecnicamente correto. Em alguns momentos, chegou até a levantar o público na arquibancada.

Mocidade Alegre

A escola da Zona Norte encerrou a segunda noite de desfiles em 59 minutos com uma apresentação sem transtornos, mas que também não empolgou quem estava na arquibancada. O enredo sobre o riso foi mote para a escola levar para a avenida homenagem aos grandes nomes da comédia nacional e à alma sempre cordata e bem humorada do brasileiro.

O intérprete do samba-enredo, Daniel Collete, surgiu pintado de palhaço e pediu solidariedade aos integrantes da escola, que completa 40 anos. A rainha de bateria Nani Moreira, que no ano passado enfrentou um incêndio em sua fantasia, comemorou o desfile sem problemas desta vez e disse que está plenamente recuperada.

Confira as notas dadas pelo público da TV Globo:

Mancha Verde: 9,7Águia de Ouro: 9,5Rosas de Ouro: 9,4Mocidade Alegre: 9,3Vai-Vai: 9,2Unidos do Peruche: 9,1Pérola Negra: 8,6

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