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Ponta Grossa – A proposta do encontro do movimento paranaense "Quero meu PT de volta", a ala centro-esquerda petista, no sábado em Ponta Grossa, era a análise da conjuntura política do país e os rumos do partido, mas se transformou em um momento de desabafo para os cerca de 60 participantes, representando aproximadamente 20 cidades de todas as regiões do Paraná, decepcionados com os escândalos envolvendo as principais lideranças nacionais. Não faltaram críticas à "direita raivosa", mas houve o "mea culpa" e a exigência de punição severa interna e externa para os que efetivamente participaram dos escândalos.

A reunião de fim de semana também definiu o candidato do movimento nas eleições petistas, marcadas para setembro. O ex-prefeito de Maringá João Ivo Caleffi foi apresentado como cabeça da chapa do movimento para o diretório estadual. Na esfera federal, os petistas centro-esquerdistas se definiram pelo apoio ao nome da deputada federal pelo Rio Grande do Sul Maria do Rosário. "Queremos novamente fazer uma aposta verdadeira", disse o secretário do Trabalho, Padre Roque Zimermann.

A aposta do qual falaram os petistas reunidos no sábado é a reformulação do partido. Não à toa, o nome dado ao movimento – "quero o meu partido de volta" – mostra a decepção dos filiados com os rumos que o PT está tomando. Velhos militantes, como o empresário e secretário estadual do PT, Cláudio Roque Martins, de Umuarama, acreditam que o partido passa por um momento de fragilidade, e que esse é o momento de retomar as propostas e a base que o iniciou, na década de 80.

Se de um lado as acusações de empréstimos suspeitos, caixa 2, compra de votos, corrupção afetam a imagem do partido, por outro, motivam um levante da militância contra a crise, acredita a deputada federal paranaense Selma Schons, uma das organizadoras do evento. Segundo ela, a vontade da militância petista hoje de reconstruir o partido é maior do que foi há algum tempo atrás. "Não podemos deixar que 10% do partido manche a imagem do PT. O partido sempre se construiu na crise e é ela que estimula a reação", afirma.

A deputada identifica eventos como o que ocorreu no fim de semana como uma forma de autocrítica. "É o partido cobrando o partido", define. Isso é também, na visão de Zimermann, uma chance para identificar os erros petistas. Segundo ele, o principal deles foi querer ganhar as eleições, tanto na esfera municipal, quanto na estadual e federal, a qualquer custo. "Quando a esquerda começa a contar dinheiro, já se desvirtuou", afirma.

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