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O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), rebateu nesta quinta-feira a proposta do líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP) de realizar uma prévia na base aliada para estabelecer uma candidatura única pelo comando da Casa. Aldo Rebelo deu a entender que não participaria de uma prévia dizendo que a escolha deve ser ampla e institucional, envolvendo todos os partidos, e não apenas os que apóiam o governo Lula.

- A eleição na Câmara é uma eleição livre que tem buscar o acordo político. A Câmara tem grandes desafios. Será preciso a construção de uma agenda ampla, que vai necessitar de diálogo permanente. Não pode excluir a oposição. A composição da agenda exige um diálogo permanente entre os partidos de governo e de oposição. Excluir a oposição contribui para um ambiente de dificuldade nos trabalhos da base - disse ele, que continua dando mostras de sua desenvoltura na briga para continuar no cargo. Ao passar por um grupos de turistas que visitava as instalações do Congresso, Aldo parou para cumprimentar até uma menina de 11 anos, do Ceará.

Aldo nega que tenha discutido ministérios com Lula

Aldo e Chinaglia reuniram-se na quarta-feira, separadamente, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E cada um expôs a viabilidade política de suas candidaturas. Segundo Aldo Rebelo, em nenhum momento o presidente abordou o assunto Ministério como forma de compensar uma possível desistência por parte de um dos candidatos.

- Descrevi o espaço da minha candidatura, os apoios, as conversas que tenho tido com a base, a oposição, os governadores. E o presidente ouviu atentamente - disse.

Aldo Rebelo reagiu à possibilidade de negociar a ida para o Ministério de Lula como uma saída honrosa para uma eventual retirada de sua candidatura.

- A disputa pela presidência da Camara é a disputa de um poder independente. Não pode sofrer injunção de outro poder (no caso, o Executivo). Tive a experiência de ministro, que é subordinado ao Executivo. Agora, como Legislativo, devo lealdade ao Legislativo - disse.

Segundo interlocutores do presidente, Lula quis saber da situação na Casa e disse que "não quer brincadeira" na disputa, reafirmando o discurso de que é importante a base estar unida e que não pode haver surpresas, como uma derrota. Mas assessores negam que Lula tenha pedido para algum dos candidatos desistir. Aliados políticos dizem, nos bastidores, que apenas a intervenção do presidente

Lula poderá pôr fim ao impasse na disputa na Câmara

Aldo também reagiu à afirmação de Chinaglia de que apenas PMDB e PT, por terem as maiores bancadas, podem propor um acordo de revezamento na presidência da Câmara em 2007 e 2009.

- O regimento interno da Câmara garante a legitimidade dos 513 deputados.

Sobre a possibilidade do lançamento de outra candidatura, Aldo disse que a eleição é democrática e que não se pode limitar o número de candidatos.

- A eleição da Câmara é democrática. Não se pode limitar ou restringir candidaturas. Pode-se buscar acordos.Vice-líder do PPS nega que vá apoiar Chinaglia

O vice-líder do PPS na Câmara, Raul Jungmann (PE), negou nesta quinta-feira que a a tendência de seu partido seja apoiar Chinaglia, rebatendo afirmação que teria sido feita pelo próprio Chinaglia. Segundo Jungmann, o PPS ainda busca uma candidatura alternativa.

- Na minha opinião, o PPS não tem que apoiar Chinaglia. Estamos trabalhando para viabilizar um candidato alternativo que possa comandar um choque republicano na Câmara, coisa que nenhuma das candidaturas apresentadas tem condições de fazer - disse Jungmann.

Para o vice-líder do PPS, moralizar a Câmara é mais difícil ainda com o candidato do PT.

- No momento em que o chefe dos aloprados (deputado Ricardo Berzoini) reassume a presidência do PT e Chinaglia conta com o apoio de mensaleiros e sanguessugas o que podemos concluir é que uma vitória dele seria um salto para trás - disse Jungmann.

No dia 9, a Executiva do PPS e membros da bancada se reúnem em Brasília para tratar, entre outras assuntos, da eleição da Câmara

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