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Em meio às disputas pela aprovação da CPI do Apagão Aéreo que vêm paralisando os trabalhos da Câmara, o vice-presidente da Casa, Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), defendeu nesta quinta-feira que sejam analisadas as propostas de reajuste do subsídio dos parlamentares e também da verba de gabinete, que atualmente está em R$ 50,8 mil.

Ao contrário do informado anteriormente, Nárcio não disse que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) defende a medida. Chinaglia vai ouvir os líderes sobre a proposta de aumento da verba de gabinete dos deputados para R$ 65,1 mil.

Chinaglia vem negando que esteja sofrendo pressão dos deputados para pôr as propostas em votação e disse que as declarações sobre o assunto são de responsabilidade dos próprios parlamentares, e não dele. Questionado sobre a suposta pressão, o petista respondeu:

- Para mim não, ninguém me pressionou.

Nárcio Rodrigues defendeu que as duas matérias sejam discutidas de forma transparente, sem tabu, ao contrário do que aconteceu em dezembro do ano passado. Ele saiu em defesa do segundo secretário da Mesa, Ciro Nogueira (PP-PI), que apresentou na quarta-feira a proposta de reajuste da verba de gabinete, usada para pagar os salários dos funcionários dos deputados. A análise da matéria, porém, foi adidada por um pedido de vista do deputado Waldemir Moka (PMDB-MS).

- É fundamental que o parlamentar tenha estrutura para exercer seu mandato - argumentou Nárcio.

A Mesa Diretora da Câmara se reuniu nesta quinta-feira, mas, segundo Chinaglia, o assunto não foi tratado durante o encontro. O petista admitiu, porém, que alguns deputados pediram que a matéria seja posta em votação. O presidente da Câmara disse ainda que não há data prevista para conversar com os líderes sobre os reajustes. Segundo ele, a matéria só vai à pauta se os líderes deliberarem nesse sentido.

- Primeiro, a Mesa não tratou. Segundo, o assunto não está em pauta. Terceiro, houve quem colocasse em discussão. Ela não ocorreu. Portanto, qualquer outra informação que outros membros da Mesa deram é de responsabilidade deles. Quarto, nós vamos, no momento em que os líderes e outros representantes das bancadas julgarem apropriado, tratar do tema, o faremos à luz do dia.

Chinaglia fez questão de dizer que não se trata de reajuste, e sim, de reposição de perdas com a inflação. O mesmo argumento foi usado pelo vice-presidente da Câmara.

- Essa é uma questão na qual temos que mudar a semântica. Essa questão tem que ser tratada com uma semântica clara, não é reajuste, é correção da inflação - afirmou o Nárcio Rodrigues.

Se o aumento for confirmado, Chinaglia será o terceiro presidente seguido a ampliar os benefícios dos deputados. Severino Cavalcanti (PP-PE) aumentou a verba de gabinete em 25% em março de 2005. Já Aldo Rebelo (PCdoB-SP) concedeu reajuste automático de 15% para os funcionários dos gabinetes, seguindo o aumento dos servidores negociado no mesmo período.

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