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Belo Horizonte (AE) – O vice-presidente da República, José Alencar, se filiou ontem, em Belo Horizonte, ao Partido Municipalista Renovador (PMR), indicando que poderá concorrer no próximo ano à Presidência da República ou ao governo de Minas. Em breve, a nova legenda – que nasceu associada à Igreja Universal do Reino de Deus – passará a se chamar Partido Republi-cano.

O filósofo Roberto Mangabeira Unger, professor em Harvard (EUA), também se filiou à legenda.

Cobiçado por vários partidos desde que deixou o PL, no início deste mês, Alencar decidiu ingressar numa sigla nova, sem caciques, o que lhe permitirá um maior leque de opções em 2006.

"Posso ser candidato a qualquer coisa", discursou o vice-presidente durante a concorrida solenidade de filiação, realizada em um salão nobre do hotel Ouro Minas.

Embora tenha evitado falar sobre seu futuro político, Alencar deixou claro que pretende encabeçar uma chapa. "Se meu partido me der legenda, eu posso ser candidato. Porém, não posso ser candidato a vice-governador, não posso ser candidato a vice-presidente da República porque não existe a candidatura a vice, (ela) é fruto de um convite do candidato titular e de uma aceitação do convidado. Isso é um fato. Então, o dia de amanhã a Deus pertence."

Nos últimos dias, PMDB e PSB, principalmente, intensificaram os convites a Alencar, mas ele já havia comunicado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua decisão na semana passada.

O vice-presidente repetiu que ficou muito contrariado e desconfortável com a crise que atingiu "o cenário nacional" e que sua intenção era "não militar mais na política".

O fato preponderante para sua saída do PL foi a permanência de Valdemar da Costa Neto na presidência do partido. Alencar disse que foi orientado pelo próprio Lula a se filiar novamente e ontem justificou assim sua escolha: "Sei que ele (PMR) nasce limpo".

O senador Marcelo Crivella (RJ), também filiado ao PMR, afirmou que a nova legenda "surge sob a orientação" de Alencar. Ele procurou desvincular o partido da questão religiosa. "Não é um partido evangélico. Não tem um programa evangélico."

O presidente do PMR, Vitor Paulo, rechaçou "o Estado mínimo dos neoliberais" e classificou o partido de "centro-esquerda". Segundo Alencar, o PMR não participará automaticamente da base aliada ao Planalto.

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