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Mesa Executiva da Assembleia foi ao MP e levou documentos. A visita foi feita após reportagem da Gazeta do Povo sobre gastos com comissionados. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Mesa Executiva da Assembleia foi ao MP e levou documentos. A visita foi feita após reportagem da Gazeta do Povo sobre gastos com comissionados.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A Mesa Executiva da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) foi na segunda-feira (19) ao Ministério Público Estadual (MP) munida de documentos para afirmar que não comete qualquer irregularidade na nomeação e pagamento de funcionários comissionados. A visita foi feita em decorrência de reportagem da Gazeta do Povo segundo a qual a Casa turbina em R$ 18.824.650 por ano os gastos com cargos em comissão por meio de brechas na legislação e do fim de acordos verbais vigentes na legislatura passada.

Repercussão

Internamente, a divulgação do levantamento sobre nomeações e gastos com comissionados na Alep – exceto lotados nos gabinetes– teve efeito inverso ao imaginado. Presidentes de comissões que se mantêm dentro da regra geral do limite de nomeação reclamaram de não terem recebido da Mesa Executiva autorização para nomear mais pessoas. Houve ainda queixa de comissionados ao descobrirem que a Mesa decidiu estabelecer teto salarial em torno de R$ 15 mil a cargos em comissão. Segundo o ato 18/2011, comissionados em geral podem receber até 75% da remuneração dos deputados, cerca de R$ 19 mil.

Conforme levantamento feito pela reportagem a partir de dados do Portal da Transparência, a Assembleia lota 91 funcionários na administração – cujo limite de nomeações é de 350 pessoas –, mas eles trabalham em outras áreas, como a Mesa Diretora e algumas diretorias. Além disso, com autorização da Mesa, quase todas as comissões e blocos temáticos contam com mais comissionados do que prevê a legislação. São 38 excedentes no total, que se amparam na regra de que a soma total de nomeados nessas estruturas não pode passar de 100 – hoje, são 97.

Outra manobra consistiu em acabar com os limites salariais acordados verbalmente na última legislatura: R$ 18 mil para bancar dois comissionados nas comissões e blocos temáticos – exceto Orçamento e Constituição e Justiça −, e R$ 90 mil para 12 funcionários nas lideranças e blocos partidários. Hoje, esses limites não existem mais.

Da tribuna do plenário, o primeiro-secretário, Plauto Miró (DEM), disse que a Casa não realiza manobras ao nomear comissionados e que tudo é feito dentro da legalidade. Segundo ele, na comparação fevereiro-setembro de 2015 com o mesmo período do ano passado, os gastos com pessoal cresceram em torno de R$ 6 milhões, já descontados, por exemplo, rescisões e o reajuste no salário dos deputados, que é vinculado a Brasília. Além disso, o comprometimento do orçamento com funcionários teria caído de 1,07% para 0,9% conforme critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ressaltando que as atividades na Assembleia foram ampliadas com a criação da Ouvidoria, da Escola Legislativa e outras estruturas, Plauto fez críticas veladas ao presidente anterior, Valdir Rossoni (PSDB), de quem foi primeiro-secretário. “Em dezembro, eram 180 comissionados na administração, contra 146 hoje. Antes, os comissionados das comissões não batiam o ponto, e hoje batem.” O atual presidente, Ademar Traiano (PSDB), afirmou que a Casa está aberta e que não tem nenhum temor em relação ao assunto.

O MP informou que a documentação será analisada. Já Rossoni afirmou apenas que “os mesmos que nunca aceitaram as mudanças na Casa continuam a me combater”.

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