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O governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), propôs à presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (4) a formação de uma frente parlamentar composta por partidos de esquerda que possam apaziguar as diferenças impostas na base, principalmente pelo PMDB. Em reunião no Palácio do Planalto, na manhã desta terça, Cid afirmou que a frente será necessária para ajudar Dilma a ter governabilidade ainda neste ano e no seu segundo mandato.

"Eu penso que esse movimento ajuda -não vou titularizar, não vou nomear ninguém-, mas esse movimento tem uma frente ou um partido de centro pra além do PMDB, e um partido ou frente à esquerda. Isso ajuda na governabilidade e reduz aí o espaço da pressão que muitas vezes beira até a chantagem", disse Cid.

De acordo com Cid, a iniciativa pode gerar um novo partido com integrantes que "militam à esquerda" a partir da fusão de algumas siglas. "Isso [a criação de uma frente na Câmara] tem que ser discutido para que a gente aprimore e veja a melhor estratégia. O melhor, para mim, seria, inicialmente, compor a frente e que ela possa evoluir, na sequência, a um partido novo. Um partido que resulte da fusão de alguns partidos", disse o governador.

Segundo Cid, o hipotético novo partido seria mais alinhado à esquerda. Ele negou que sua iniciativa tenha relação com o movimento encabeçado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do PSD, que articula a criação de um novo partido, o Partido Liberal (PL). "O PL tá sendo articulado pelo Kassab. Eu penso que ideologicamente ele está mais para o centro. Eu penso, e defendo que a gente possa ter um partido ou uma frente mais de esquerda", explicou.

Aos jornalistas, o governador não quis contar qual foi a reação da presidente Dilma Rousseff à sua proposta. Ele calcula que, para ter relevância no Congresso, a iniciativa precisa contar com a adesão de pelo menos 50 deputados.

Nos últimos meses, o PMDB tem imposto alguns dificuldades à presidente Dilma no Congresso. Na semana passada, por exemplo, a sigla capitaneou a derrubada do decreto presidencial sobre a regulamentação dos conselhos populares. O líder do partido na Casa, deputado Eduardo Cunha (RJ), já lançou a sua candidatura à presidência da Casa e articula a formação de um novo "blocão" informal no Congresso.

Troca ministerial

Cotado para assumir o ministério da Educação em um segundo mandato de Dilma, Cid desconversou sobre a questão e disse apenas estar à disposição para ajudar a presidente. "Isso é um assunto que diz respeito à presidente. Disse para ela que minha disposição pessoal é passar uma temporada fora, mas que quero nesses dois meses ajudá-la a superar o que eu considero o maior desafio hoje do governo dela."

"Eu penso que o governo dela tem em 2015 um ano de muita contenção de despesas, de ajuste fiscal muito forte. Acho que nesses dois meses ela vai passar por grandes dificuldades por conta de sentimentos raivosos, de vendeta, que atribuem a ela insucessos eleitorais injustamente. Quero ajudá-la nisso essa articulação para reduzir um pouco as estratégias dos que querem prejudicá-la, prejudicar o país, prejudicar o governo", completou.

O governador eleito do Ceará, Camilo Santana (PT), acompanhou Cid na conversa com Dilma. Ao final do encontro, ele afirmou que o partido precisa se reinventar para se aproximar de sua base. Ele explicou que sua conversa com a presidente se resumiu a mostrar preocupações que ele tem com o Ceará para os próximos quatro anos."Este é o segundo ano que o Ceará enfrenta o problema de seca, portanto para nós a obra do cinturão das águas é estratégica para o Ceará, para o futuro da água. A gente espera que possa continuar a conclusão do segundo trecho, que é o trecho que vai levar a água para a regiões mais áridas. Mas o primeiro pedido foi a refinaria, que é um sonho do cearense", disse.

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