Aliado de Renan vai relatar dois últimos processos

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O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), decidiu na tarde desta segunda que o senador Almeida Lima (PMDB-SE) será o relator dos dois últimos processos contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL): um, acusa Renan de usar laranjas para esconder sociedade em emissoras de rádio em Alagoas, enquanto o outro pretende investigar denúncia de que o senador e o empresário Luiz Garcia comandariam um esquema de propinas nos ministérios do PMDB.

Ao anunciar o nome de Almeida Lima, Quintanilha reagiu a possíveis questionamentos sobre a falta de isenção do sergipano, um dos maiores aliados de Renan. Segundo ele, caberá ao conjunto dos senadores do Conselho de Ética a decisão sobre o futuro de Renan, independentemente do relatório que será apresentado por Almeida Lima.

- A grande maioria dos senadores já tem opinião formada sobre as representações. Portanto, a decisão final não caberá a ele, mas a todos os membros do Conselho - afirmou.

Quintanilha explicou ainda que a unificação das representações é possível porque "as duas guardam conexão entre si, ou seja, o representado é o mesmo e também é o mesmo o objeto da denúncia".

O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), e o senador Gilvam Borges (PMDB-AM), também aliados de Renan, afirmaram que a tendência é pedir o arquivamento da terceira representação. Segundo eles, a denúncia trataria de fatos anteriores ao atual mandato de Renan.

A oposição já ensaia os primeiros protestos à indicação de Almeida Lima. O líder do DEM no Senado, Agripino Maia, considera uma insensatez e uma provocação a indicação e afirmou que a esse fato vai aumentar a tensão no Senado.

Almeida Lima, integrante da tropa de choque de Renan, foi um dos três relatores do processo que acusava Renan de ter despesas pagas por um lobista. Enquanto Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) pediram a cassação do mandato, Almeida Lima fez relatório alternativo pedindo a absolvição do presidente do Senado. Renan acabou sendo absolvido mesmo com o relatório votado pedindo sua cassação.