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| Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Ex-presidente

Lula critica proposta do PMDB de enxugar o número de ministérios

Das agências

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante palestra realizada ontem em Brasília, criticou a proposta do PMDB de reduzir o número de ministérios. "A gente não tem que diminuir ou aumentar. Tem que entender para que serve [o ministério]", disse Lula.

Durante o discurso, o ­­ex-presidente afirmou que estava ouvindo "um zum zum zum sobre reforma ministerial" e que havia "algumas pessoas sugerindo a redução do número de ministérios" – lideranças do PMDB estão propondo a redução de 39 para 20 ministérios.

"Fiquem espertos. Ninguém vai querer acabar com o Ministério da Fazenda, com o Ministério da Defesa", disse o ex-presidente, sugerindo que os principais alvos de um corte proposto seriam as secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e de Políticas para as Mulheres – que têm status de ministério – e que desenvolvem ações afirmativas contra a discriminação de raça e pelos direitos das mulheres. Como a declaração foi feita durante o Festival da Mulher Afro, Latino-Americana e Caribenha, ela foi interpretada como uma condenação à redução do número de ministérios.

A reunião do Diretório Nacional do PT, no último domingo, acirrou os atritos dos demais partidos da base aliada – sobretudo do PMDB – com os petistas. Algumas legendas já ameaçam abandonar o governo e a base após uma ala do PT ter proposto a aprovação de uma resolução contendo críticas aos aliados. Para esses petistas, as siglas da coalizão não estariam empenhadas em efetivar os pactos anunciados pela presidente Dilma Rousseff no mês passado para dar respostas às manifestações das ruas. A ala petista insatisfeita pretende levar a proposta de resolução para a Executiva Nacional do PT. Também foi mal recebida na base a resolução petista, aprovada no domingo, que criticou o "funcionamento oligárquico" do Senado – o que seria uma das causas da crise de legitimidade da política brasileira.

"É incompreensível isso [a resolução], uma vez que nesta legislatura tem sido o Senado que tem dado sustentação ao governo", afirmou o líder do PMDB na Casa, Eunício Oliveira (CE). O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse que a resolução traz consigo uma "desfaçatez", pois o PT, segundo ele, tem sido "sócio" da atual hegemonia política no Senado.

Entrega de ministérios

Ferraço também defendeu ontem que seu partido entregue os ministérios que ocupa no governo para dar "exemplo". O líder de seu partido na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ), vem propondo a redução do número de ministérios, de 39 para 20, como forma de pressionar o Planalto neste momento de crise entre os aliados.

Apesar de defender a entrega dos ministérios, Ferraço criticou o próprio partido, por propor o enxugamento da máquina administrativa federal, mas não abrir mão dos seus postos. Atualmente, cinco ministérios são comandados por peemedebistas.

Rabo do macaco

Já o vice-líder do PMDB na Câmara, Lúcio Vieira Lima (BA), disse que a acusação de setores do PT de que os aliados não trabalham pelo governo repercutiu muito mal no partido e só não terá uma resposta à altura por causa do recesso do Congresso. "É uma prática comum no PT querer apontar para os outros com o dedo sujo. É o caso do macaco, que, quando fala, não olha para o próprio rabo", disse.

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