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Cinco dos dez maiores colégios eleitorais do país já expõem, a um ano das eleições, a fragilidade das alianças que elegeram os atuais governadores. A união dos partidos governistas dificilmente se repetirá na Bahia, no Pará, no Paraná e no Rio de Janeiro. No caso do Rio Grande do Sul, a crise não envolveu legendas, mas as próprias autoridades, após o vice-governador Paulo Feijó, do DEM, acusar a governadora Yeda Crusius (PSDB) de desvio de recursos da campanha.

Yeda é investigada em CPI da Assembleia gaúcha e apesar da resistência da cúpula do PSDB, ela insiste em disputar a reeleição, o que implica a saída do PMDB da base tucana. Os peemedebistas querem abandonar a aliança feita em 2006 e lançar o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, ao governo do estado, pare enfrentar o ministro da Justiça e ex-governador Tarso Genro.

Em Minas Gerais, a ruptura está na oposição ao governador Aécio Neves (PSDB). PT e PMDB, coligados em 2006, trabalham por candidaturas próprias ao governo."Nas eleições passadas, ainda havia a regra da verticalização. Em 2010, as alianças são livres. O PMDB, por exemplo, tem tradição de formar alianças locais separadas da nacional", lembra o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Por enquanto, apenas na Bahia, quarto maior colégio eleitoral do Brasil, a ruptura da antiga aliança implicou a saída do governo. Liderado pelo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, o PMDB deixou o governo do petista Jaques Wagner, entregou duas secretarias e o comando da Junta Comercial do Estado e anunciou intenção de disputar o governo com o ex-aliado. Embora o presidente Lula tenha pedido entendimento entre Geddel e Wagner, para garantir palanque único e forte para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na disputa pela presidência, a reaproximação é praticamente impossível.

A insatisfação com o espaço da administração petista foi um fator decisivo para o rompimento dos peemedenistas com o PT na Bahia. O mesmo motivo afastou o presidente do PMDB do Pará, deputado Jader Barbalho, da governadora petista Ana Júlia Carepa. O PMDB perdeu a Secretaria de Saúde, mas tem a Secretaria de Obras e comanda setores como transporte, habitação, turismo e saneamento.

No Rio de Janeiro e no Paraná, é o PT que faz movimentos de oposição a governos do PMDB, embora continue com cargos nas administrações estaduais. Petistas aliados do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), tentem demover, sem sucesso, o companheiro de partido Lindberg Farias da ideia de lançar candidatura própria. Enquanto o impasse não se revolve, a ex-governadora e ex-senadora petista Benedita da Silva continua à frente da Secretaria de Assistência Social.

A presença de petistas nas se­cretarias de Ciência e Tec­­nologia e Planejamento do governo do Paraná não inibiu o movimento de parte do PT em defesa da candidatura do senador Osmar Dias, do PDT, adversário do governador Roberto Requião (PMDB). Requião quer apoio para seu vice, Orlando Pessuti. Os petistas favoráveis à manutenção do apoio ao PMDB apelam para a necessidade de garantir o apoio do governador a Dilma Rousseff. Entre os simpatizantes do apoio ao PDT está o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

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