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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Conheça a proposta

Pontos polêmicos do projeto

• Os procedimentos administrativos que estejam em curso e que não contenham o nome do denunciante deverão ser arquivados.• O projeto trata de "procedimento administrativo" e há dúvidas sobre o alcance na área criminal.

Emendas rejeitadas pela CCJ

• Garantia da continuidade dos processos em andamento baseados em denúncias anônimas (de autoria de Edson Praczyk)• Garantia de que o estado continue aceitando denúncias anônimas na área criminal. (Marcelo Rangel )• Preservação da identificação do denunciante até o fim do processo. (Reni Pereira)• Obrigatoridade da investigação preliminar de todos os fatos denunciados como supostamente ilegais ou irregulares, encaminhados a qualquer órgão da administração pública, ainda que anônimos. (bancada do PT)

Como votou a CCJ

• A favor das emendas: Marcelo Rangel e Professor Luizão (PT).• A favor das emendas, mas que se abstiveram: Valdir Rossoni (PSDB), Luiz Malucelli Neto (PSDB) e Reni Pereira (PSB).• Contra as emendas: Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), Carlos Simões (PR), Artagão Júnior (PMDB), Nereu Moura (PMDB), Mauro Moraes (PMDB) e Luiz Carlos Martins (PDT).

O projeto que proíbe o governo do estado, o Poder Judiciário e a Assembléia Legislativa de abrir processo administrativo contra funcionários públicos a partir de denúncias anônimas deve ser votado hoje pelos deputados estaduais, sem mudanças no texto original. As quatro emendas que atenuavam a proposta foram derrubadas ontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia. Como grande parte dos deputados ainda levanta dúvidas sobre o teor da lei, o projeto ainda pode ser modificado durante a votação no plenário.

O ponto que está gerando mais controvérsia é o artigo 3.º, que prevê o arquivamento de todos os procedimentos administrativos já em andamento e que foram abertos com base em denúncias anônimas. Uma emenda do deputado Edson Praczyk (PRB) excluía o artigo e garantia a continuidade da tramitação dos processos. "A lei abre precedente para pegar tudo que está em andamento e jogar no lixo, até os processos que estão em fase conclusiva", disse Praczyk. "A impressão que fica é que é uma lei encomendada. Alguém está com a corda no pescoço e quer ser livrar."

O deputado Tadeu Veneri (PT) disse que, se for aprovado o texto original do projeto, ninguém saberá o que está votando porque não há informações sobre quantos processos são, contra quem e por que foram abertos.

O autor do projeto, Ademar Traiano (PSDB), garante que a medida não terá impacto sobre os processos em curso, mas apenas nas denúncias anônimas feitas a órgãos públicos que ainda não estão sendo investigadas. "Há uma interpretação errônea do projeto e até sou favorável à aprovação da emenda para desmistificar o que estão dizendo", disse Traiano. A intenção da lei, segundo ele, é obrigar o denunciante a assumir a acusação e ser responsabilizado no final do processo, se comprovada a inocência do acusado.

Os deputados também questionaram, durante discussão na CCJ, o alcance da lei. O tucano Luiz Malucelli Neto defendeu o projeto como válido, mas acha que ele não deixa claro como vai atingir a área criminal. "Se tirar o anonimato do disque-denúncia, será um tiro no pé", alertou.

Para evitar problemas de interpretação da lei, o deputado Marcelo Rangel (PPS) tentou aprovar uma emenda reforçando que será permitido o anonimato nas denúncias criminais, como no atendimento telefônico feito pela Secretaria Estadual de Segurança. A mudança, no entanto, também foi rejeitada.

O relator das emendas na CCJ, Luiz Carlos Martins (PDT), disse que o parecer contrário às emendas foi baseado em manifestações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Maurício Corrêa. "A posição do ministro é de que quem quer fazer uma denúncia deve expor o rosto para arcar com a responsabilidade, mas não deve usar um órgão público para acusar alguém sem provas, muitas vezes, por vingança".

Apesar do parecer contrário, o Regimento Interno da Assembléia permite que as emendas sejam discutidas no plenário e sejam aprovadas se houver apoio da maioria dos 54 deputados.

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