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João Cláudio Derosso: agora, problemas no partido. | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
João Cláudio Derosso: agora, problemas no partido.| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Contratos

Vereadores fazem pedidos de informações

Seis requerimentos exigindo informações relacionadas aos contratos firmados entre a Câmara Municipal de Curitiba e agências de publicidade foram aprovados ontem em plenário. Os requerimentos, apresentados tanto pela bancada de oposição quanto pela da situação, exigiam cópias dos contratos e do edital da licitação, assim como informações dos dirigentes das duas empresas contratadas, a Visão Publicidade e a Oficina da Notícia. A última é de propriedade da esposa e do sogro de Derosso, Claudia Queiroz Guedes e Nelson Gonçalves dos Santos.

Em plenário, o vereador Algaci Tulio (PMDB) afirmou que é preciso criar um mecanismo interno de fiscalização. "Somos questionados pela imprensa se não sabemos de nada. Claro que não sabemos, as informações ficam restritas ao presidente e à Mesa Executiva", afirmou o vereador. Já o vereador Pedro Paulo (PT) disse que a oposição quer todas as informações sobre os contratos. "As bancadas têm que poder debater democraticamente o que está acontecendo no momento", disse.

Segundo o líder do prefeito na Casa, João do Suco (PSDB), o prazo máximo para as informações serem repassadas aos vereadores é de 15 dias úteis. (MS)

  • Segurança: visitantes foram barrados na entrada do plenário pelo segundo dia

O presidente da Câmara Mu­­­nicipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), disse ontem durante a sessão do Legislativo que se sente numa situação equivalente à "da Inquisição Es­­pa­­nhola" por estar se sentido perseguido por opositores políticos. Em meio a um forte esquema de segurança, Derosso fez o primeiro pronunciamento em plenário sobre as denúncias relativas à sua gestão divulgadas durante o recesso parlamentar. O vereador fechou contratos milionários de publicidade e é investigado pela contratação de quatro funcionários que também eram funcionários da Assembleia Legislativa. "De nada adiantam meus esforços de procurar esclarecer, através dos meios de comunicação, a realidade e a verdade dos fatos, se a cada dia me julgam e me condenam", disse o presidente.

Derosso pouco falou sobre os fatos colocados sob suspeita. Sobre os contratos de publicidade, Derosso afirmou que eles cumpriam todas as normas da licitação pública. Disse também que todas as contas da Câmara de 2006 a 2009 foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TC).

Já a questão dos ex-servidores do Legislativo municipal, João Leal de Mattos, Iara Rosane da Silva, João Maria Vosilk e Suzana Rodrigues Pires, que também eram funcionários da Assembleia, foi considerada por Derosso como responsabilidade do ex-vereador que os nomeou, Éde Abib, irmão do ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, o Bibinho. O presidente reafirmou que o documento assinado por Mattos declarando que não possuía vínculo nem exercia função em outros órgãos públicos foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná. Sobre a atuação dos servidores, Derosso disse que todos exerceram cargos comissionados entre 1997 a 2004 e que Mattos também trabalhou nas comissões da Câmara de 2005 a 2006.

Em meio à sessão, Derosso levantou-se e se dirigiu ao banheiro. Esperado pelos jornalistas, o presidente saiu da Casa pelas escadas de incêndio do prédio, sem dar entrevistas. Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, os advogados de Derosso o orientaram a não conversar com a imprensa.

Os vereadores de oposição reclamaram da falta de oportunidade de questionar o presidente. Para a vereadora Professora Josete (PT), as explicações do presidente não foram suficientes e a atuação do Conselho de Ética, que recebeu denúncia sobre o caso, deve seguir o Código da Casa. "Comprovados os fortes indícios de irregularidades, o Conselho de Ética e a Controladoria devem tomar as medidas e sanções previstas, o que pode chegar à cassação", disse a vereadora. A próxima reunião do Conselho de Ética será hoje, às 13h30.

Na entrada do plenário, os visitantes eram recebidos por cerca de 20 agentes do grupo de operações especiais da Guarda Municipal e eram obrigados a passar por detector de metais. Como na segunda-feira, somente pessoas com convites ou com bottons de cor verde podiam ter acesso e assistir à sessão. A vereadora Josete reclamou com a Mesa Executiva do excesso de segurança e da dificuldade da população participar da sessão. Depois disso, pessoas que estavam numa sala do lado de fora do plenário foram convidadas a entrar.

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