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Ameaçado por pelo menos dois pedidos de impeachment, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), viu na terça-feira outra parte de sua base de sustentação ruir.

O PSDB, principal aliado do DEM em âmbito nacional, determinou que seus filiados deixem o governo de Arruda. O governador e aliados foram envolvidos em denúncias de corrupção que envolvem pagamento de propina a parlamentares. Ele próprio foi flagrado recebendo maços de dinheiro em imagens gravadas e veiculadas na TV.

A iniciativa tucana seguiu-se a decisões semelhantes de PPS, PDT, PSB e PV. Além da desidratação do apoio político dos partidos que antes integravam sua coalizão de governo, Arruda corre o risco de ser levado a deixar o cargo.

PT, PDT, PSB, PCdoB, PSOL, PSTU e centrais sindicais resolveram apresentar na quarta-feira à Câmara Legislativa do Distrito Federal um pedido de impeachment contra o governador. Nesta terça, dois cidadãos já apresentaram pedidos individuais de abertura de investigação contra Arruda por suposto crime de responsabilidade.

Na quinta-feira será a vez da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) reunir-se chancelar um pedido de impeachment contra o governador do Distrito Federal.

"É uma crise que você não vê uma porta de saída", disse à Reuters o presidente do PT do Distrito Federal, Chico Vigilante.

"Se a gente for ficar esperando pelo Superior Tribunal de Justiça, leva no mínimo um ano para terminar o julgamento todo. A Assembleia Legislativa não tem autoridade para fazer nada, porque tem 12 deputados envolvidos", acrescentou.

Para ele, o principal desafio dos partidos que fazem oposição a Arruda será aprovar a abertura do processo de impeachment contra o governador na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

"Ele hoje não tem respaldo nenhum da opinião pública e tem a sustentação da base comprada, que não dá mais para chamar de base aliada", ironizou, referindo-se às denúncias de compra de apoio político.

Pressão

O presidente da OAB, Cezar Britto, tenta articular com a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outras entidades da sociedade civil um movimento para pressionar pela saída de Arruda.

"Temos que passar da indignação para a ação", comentou.

Arruda, no entanto, tenta manter-se no cargo e em seu partido. Ao invés da expulsão sumária, o DEM deve optar por abrir um processo interno para decidir o destino político do governador.

Em reunião com aliados nesta terça, Arruda disse que não tinha como obrigar que os partidos que até agora integravam seu governo permanecessem ao seu lado. Segundo um participante do encontro, o governador teria reiterado que pretende ir "até o fim" para provar sua inocência.

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