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| Foto: Fernando Bizerra Jr./EFE

Após afirmar ser difícil que a presidente Dilma Rousseff consiga chegar ao final de seu mandato se sua popularidade continuar tão baixa e que o Brasil precisa de alguém para reunificá-lo, o vice-presidente Michel Temer soltou uma nota neste domingo (6) afirmando que “trabalha e trabalhará junto à presidente Dilma Rousseff para que o Brasil chegue em 2018 melhor do que está hoje”.

O texto também reforça que o vice “age nos limites do seu cargo” e “não se move pelos subterrâneos, pelas sombras, pela escuridão”. Ambas as falas foram interpretadas por alguns aliados de Dilma como oportunismo do vice-presidente, que estaria tentando abrir caminho para, eventualmente, ocupar seu cargo. O ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, chegou a chamá-lo de golpista.

O comunicado foi feito dias depois de Temer ter dito que será difícil a presidente chegar ao fim do mandato com a popularidade nos atuais níveis. A declaração do vice-presidente foi dada na quinta-feira, em evento promovido pelo grupo Política Viva, em São Paulo.

Apesar de afirmar que Dilma “não é de renunciar”, o vice-presidente disse na ocasião que era preciso “melhorar o que está aí”. As declarações causaram reação dentro e fora do governo, suscitando inclusive acusações de conspiração contra a presidente, num momento em que o Executivo vê sua base de apoio fragilizada no Congresso.

Na nota deste domingo, a assessoria da vice-presidência da República apontou que a cartilha de Temer é a Constituição e que ele sabe até onde pode ir.

Recentemente, Temer deixou a articulação política do governo -a chamada política no “varejo”- cargo que ocupava desde abril, e se queixou à presidente de que era excluído de decisões importantes. Dias depois, ele recusou uma sondagem de Dilma para voltar ao cargo. Entretanto, afirmou que segue à disposição do Planalto para tratar da macropolítica.

Setores do PMDB usam a situação para pedir que o partido desembarque oficialmente do governo -alguns caciques peemedebistas, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ) já o fizeram. Temer vem, entretanto, pregando cautela e reforçado que está com o governo.

O vice articulou para este domingo uma reunião entre os sete governadores peemedebistas do país e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros (AL), ambos do PMDB. Nas palavras o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, o objetivo é “organizar o país”.

Confira a nota na íntegra:

“Sobre as reportagens, artigos e análises publicadas neste fim de semana, esta Assessoria de Comunicação esclarece que:

Em mais de 30 anos de vida pública, o vice-presidente da República, Michel Temer, sempre expôs suas posições políticas de forma aberta e franca. Como acadêmico, seus raciocínios têm premissa e conclusão. Não é frasista. Não se move pelos subterrâneos, pelas sombras, pela escuridão.

A sua única cartilha é a Constituição. Especialmente a atual, que tem a democracia como seu fundamento estruturante. É legalista por convicção e vício profissional. Seu limite é a Lei. Sabe até onde pode ir.

Vice-presidente da República, age nos limites do seu cargo, esforçando-se para melhorar a condição de vida de todos os brasileiros. Trabalha para superar as dificuldades e busca propiciar às futuras gerações um país justo, rico e desenvolvido.

Trabalha e trabalhará junto à presidente Dilma Rousseff para que o Brasil chegue em 2018 melhor do que está hoje. Todos seus atos e pronunciamentos são nessa direção. Defende que todos devem se unir para superar a crise. Advoga que a divisão e a intriga são hoje grandes adversários do Brasil e agravam a crise política e econômica que enfrentamos.

A hora é de trabalho e de união. Apesar de seu zelo, e atento ao cargo que ocupa, não são poucas as teorias divulgadas de que suas atitudes podem levar à ideia de conspiração. Repudia-a. Seu compromisso é com a mais absoluta estabilidade das instituições nacionais.”

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