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Crise política

Após manifestações, PSDB reavalia discussões sobre impeachment

Partido adotou tom de cautela, mas alguns tucanos que uma posição mais enfática no debate

Em meio a iniciativas de partidos da oposição e de manifestações da população para que a presidente Dilma Rousseff seja responsabilizada pelo esquema de corrupção na Petrobras, o PSDB, que até então tem se colocado refratário a discussões sobre impeachment, irá se reunir nesta terça-feira para definir como a legenda irá tratar o tema daqui em diante. Alguns tucanos já defendem que o partido passe a adotar uma posição mais enfática no debate sobre o impeachment.

Segundo parlamentares do PSDB, o partido está ficando sozinho no discurso cauteloso. Lembram que os demais partidos da oposição — DEM, PPS, Solidariedade — têm tomado iniciativas mais concretas pedindo a responsabilização de Dilma. A diferença de posições gerou até mesmo atritos na relação com o DEM, quando, há duas semanas, o líder no Senado, Ronaldo Caiado, manifestou sua desaprovação sobre a forma como o PSDB está conduzindo o tema.

Na semana passada, Paulinho da Força anunciou a coleta de assinaturas para um abaixo-assinado pedindo o impeachment de Dilma. O PPS, por sua vez, ingressou com um pedido no Supremo Tribunal Federal para que os ministros da Corte autorizassem a investigação contra a presidente.

No PSDB, o maior temor era de que o PT conseguisse carimbar no partido a marca de revanchista, como se os tucanos estivessem alimentando o debate sobre impeachment como forma de fazer um “terceiro turno” eleitoral. Mas, alguns acreditam que com as manifestações de domingo, quando milhares de cidadãos foram às ruas pedindo a saída de Dilma Rousseff, o PSDB fica vacinado contra esse discurso. “Temos que ter cuidado pra não cair na cilada armada pelo PT de dizer que é golpe. Mas, acredito que depois desse domingo, isso fica ultrapassado. Não tem porque poupar esse debate sobre impeachment. Acredito que com as manifestações pode mudar a posição do PSDB”, afirma Imbassahy.

No entanto, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, mantém a cautela: “Não torço para que isso ocorra”, disse hoje o senador, referindo-se a um processo de impeachment contra Dilma.

O líder do DEM do Senado, Ronaldo Caiado (GO), reagiu à declaração da presidente Dilma Rousseff de que a corrupção não começou agora e é “uma senhora idosa” no país. “Ela está totalmente enganada. A corrupção como política de governo não é uma senhora idosa, é uma jovem de 12 anos de idade. Como política foi instituída pelo PT”, disse Caiado.

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