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Governo e oposição contabilizam "traições"

z Assim como já havia ocorrido na Câmara, o governo enfrentou algumas "traições" no Senado durante a votação do valor do salário mínimo, na quarta-feira. Quatro senadores de partidos aliados votaram a favor da emenda do DEM, que elevaria o mínimo de R$ 545 para R$ 560. Entre eles, o paranaense Roberto Requião (PMDB). A lista de aliados que votaram contra o governo inclui ainda Jarbas Vascon­­­cellos (PMDB-PE), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Pedro Taques (PDT-MT).

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Diante do risco de uma nova queda de braço com as centrais sindicais, o Planalto decidiu acelerar o envio ao Congresso de uma medida provisória para corrigir em 4,5% a tabela do Imposto de Renda. Logo após a aprovação da proposta do governo de um salário mínimo de R$ 545, no Senado, na noite de ontem, a presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, elaborar o mais rápido possível o projeto da correção da tabela, para evitar que ganhe força o movimento dos sindicalistas por um porcentual maior. A aprovação do valor desejado pelo governo para o mínimo era considerada pré-requisito para a correção da tabela do Imposto de Renda.

Em entrevista realizada na tarde de ontem no Planalto, o ministro de Relações Institu­­­cionais, Luiz Sérgio, disse que a MP da correção da tabela do Imposto de Renda será enviada possivelmente no início da próxima semana. Questionado se o governo não teme um novo embate com as centrais sindicais, Luiz Sérgio disse que o Planalto fez um acordo com os sindicalistas em relação ao tema e vai cumprir o que foi estabelecido, ou seja, os 4,5% de correção. Ele afirmou que a proposta definindo a correção será feita por meio de medida provisória, com o objetivo de garantir que a mudança tenha efeito imediato.

Estratégia

Depois de perder a disputa no valor do salário mínimo, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), anunciou que uma das novas metas da oposição será tentar elevar o porcentual de correção da tabela do IR. O embate deve ocorrer quando a medida provisória que reajusta a tabela for votada no Congresso.

Alvaro argumenta que o próprio governo registrou o índice de 5,91% de inflação do ano passado. "O governo usa números oficiais quando o interessa. Qual o número que indica a inflação do ano passado? É 5,91%. Por que o governo quer reajustar a tabela em 4,5%? Os números têm de ser os oficiais do próprio governo."

A estratégia dos oposicionistas para tentar elevar o porcentual de correção da tabela do IR será obstruir sistematicamente as votações no plenário.

"Ficaremos em estado de obstrução", resumiu ontem o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), ao lembrar que os partidos oposicionistas reúnem apenas 20% na Câmara, cerca de cem deputados, o que é insuficiente para aprovar projetos da oposição. A ideia é atrasar ao máximo a aprovação de projetos de interesse do Planalto e tentar vencer o governo pelo cansaço. A tática da oposição, que deve se transformar em rotina, já foi testata de forma bem-sucedida na noite de quarta-feira, durante a votação da medida provisória que cria a Autoridade Pública Olímpica. A oposição conseguiu adiar a aprovação da proposta governista.

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