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Edardo Cunha, presidente da Câmara Federal. | Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Edardo Cunha, presidente da Câmara Federal.| Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Horas após anunciar o rompimento com o governo federal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu início à retaliação ao Palácio do Planalto. Criou a CPI do BNDES e autorizou a criação da CPI dos Fundos de Pensão. Para isso, rejeitou a criação de outras quatro comissões parlamentares.

Além da do BNDES, ele criou as CPIs dos crimes cibernéticos e dos maus tratos a animais. A dos fundos de pensão ele apenas autorizou porque precisa esperar até 6 de agosto para que a CPI do sistema carcerário seja concluída e abra espaço para a criação de outra comissão.

Cunha rejeitou as CPIs do setor elétrico, de mulheres em situação de violência, de desabastecimento d’água e de telefonia.

Cunha: ‘Tem um bando de aloprados no Planalto que vive de criar constrangimentos’

Se dizendo “indignado, muito indignado” com o que chamou de “orquestração política” para derrotá-lo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou haver no Palácio do Planalto “um bando de aloprados” que, segundo ele, “vive de criar constrangimentos”.

Delator diz que Cunha pediu propina de US$ 5 milhões

O consultor Júlio Camargo afirma que foi pressionado pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a pagar US$ 10 milhões em propinas. Segundo Camargo, Cunha pediu US$ 5 milhões pessoalmente a ele.

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“O governo faz tudo para me derrotar”, afirmou Cunha em quase uma hora de entrevista na manhã desta sexta-feira (17), quando oficializou sua ruptura com o governo. “O governo sempre me viu como uma pedra no sapato. O governo não me queria, nunca me quis e não me quer como presidente da Câmara. O governo não me engole”, disse o presidente da Câmara.

Cunha se disse vítima de perseguição do governo em conjunto com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “A Procuradoria-Geral da República (PGR) escolheu a mim porque mais de um delator me citou”, afirmou, reiterando a acusação de que Janot pressionou o lobista Julio Camargo a mudar seu depoimento.

Na quinta-feira (16), Camargo disse que Cunha pediu propina de US$ 5 milhões. A PGR se manifestou em nota na quinta dizendo não ter ingerência sobre os depoimentos à Justiça Federal.

O presidente da Câmara disse lhe causar estranheza o fato de a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) também serem citados por delatores e não serem objeto de inquéritos.

“Seletivamente, estão pegando as coisas do senhor Youssef (o doleiro Alberto Youssef) e colocando preferência”, disse. “Se fosse dar valor à declaração do Youssef, tinha que ter aberto inquérito contra a presidente Dilma, contra o ministro Mercadante”. Segundo Cunha, “falta gente naquela cadeia ainda”.

Cunha ainda não foi denunciado pela PGR, mas disse preferir que isso aconteça logo. Para o peemedebista, Janot “está a serviço do governo”. Cunha apresentou documentos que, segundo ele, mostram que o governo está atuando no desarquivamento de inquéritos contra ele e promovendo uma “devassa fiscal” em sua vida. “Há aí um ânimo persecutório”, afirmou. “É um constrangimento a um chefe de Poder.”

“A partir de hoje, me considero com rompimento pessoal com o governo”, disse. “Essa lama, eu não vou aceitar estar junto dela”, disse Cunha. Ele disse que não conduzirá a presidência da Câmara como palanque, mas admitiu, por exemplo, que autorizará a instalação de CPIs que desgastam o governo, como a do BNDES e a dos fundos de pensão.

Embora negue, Cunha deve promover a convocação de ministros petistas à CPI da Petrobras. Ele negou, porém, estar fazendo uma declaração de guerra ao governo. “Não faço declaração de guerra a ninguém”.

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