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Há dois anos, o comerciante Cleber das Neves Santana, que mora em Rio Grande (RS), acertou 16 dezenas da Lotomania. Como o bilhete estava em seu bolso, ele usou um ferro de passar roupas para desamassar o volante e receber o prêmio na Caixa Econômica Federal.

No começo deste ano, Santana voltou a ganhar na loteria, desta vez com 19 números. Mais uma vez, pegou o ferro para deixar o bilhete em ordem. Para seu desespero, o mesmo procedimento foi um desastre: o extrato que provava que ele tinha direito a um prêmio de R$ 25 mil queimou assim que encostou no ferro. Só na semana passada, após perícia, ele conseguiu provar que tinha feito a aposta.

O comerciante recorreu à lotérica onde fez a aposta para provar que tinha acertado 19 dezenas em 27 de dezembro. "Tinha feito três jogos. A segunda aposta, a vencedora, foi a que queimou", contou ele em entrevista ao G1. Pela bobina, o dono da casa lotérica conferiu as outras apostas e garantiu que Santana falava a verdade. A testemunha, porém, não foi suficiente para a Caixa Econômica reconhecê-lo como ganhador. O jogo teve de ser encaminhado para perícia em Brasília.

Mas por que o bilhete amassado há dois anos não teve nenhum problema e o de agora ficou totalmente preto? "Me contaram no banco que o tipo de papel usado pelas lotéricas mudou no ano passado. O atual escurece ao entrar em contato com o calor", afirmou.

Durante todo esse tempo, os moradores de Rio Grande não falavam de outra coisa. "Todos me deram apoio. Ninguém duvidou", contou. Na semana passada, assim que a Caixa reconheceu a veracidade do volante, o comerciante, que atualmente trabalha com fretes, abriu uma conta para poder receber o dinheiro. Planos para os R$ 25 mil? "Não dá para fazer muitos planos. Tenho de pagar dívidas e fazer umas reformas em casa", disse.

Casado e pai de um filho, Saraiva aposta há cerca de dez anos e diz que já acertou mais de cinco vezes. As quantias, no entanto, sempre foram pequenas. "Este foi o maior de todos. Acho que já gastei mais com apostas do que com os valores que recebi", brinca.

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