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Numa reunião administrativa em que estavam sendo votados apenas os requerimentos que eram consenso entre os integrantes da comissão, a CPI do Mensalão aprovou nesta quinta-feira a convocação do banqueiro Daniel Dantas, principal dirigente do Grupo Opportunity. Controlador das companhias Amazônia Celular e Telemig Celular, clientes das agências publicitárias de Marcos Valério, Dantas vai ser convocado a dar explicações sobre as relações de suas empresas com Valério.

Os parlamentares da CPI do Mensalão aprovaram também os requerimentos de convocação do ex-presidente do PT José Genoino e do deputado Pedro Corrêa (PP-PE). As datas dos depoimentos não foram marcadas. A CPI decidiu ainda quebrar o sigilo de Genoino.

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares contou que dirigentes do Opportunity, que tinha uma disputa judicial com os fundos de pensão de estatais pelo controle das duas companhias telefônicas e da Brasil Telecom, lhe foram apresentados por Valério. Na reunião, por interferência de Valério, o executivo Carlos Rotenburg pediu ajuda de Delúbio para melhorar a imagem do grupo no governo e no PT.

Na CPI do Mensalão, depois que foi aprovada a convocação de Dantas, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), sugeriu que fossem votados também os requerimentos para convocação do presidente do Citigroup no Brasil, Gustavo Marin, que foi aprovado. O grupo fez um acordo com os fundos de pensão para destituir o Opportunity do controle das companhias telefônicas. Heráclito insistiu ainda na convocação do empresário Benjamin Steinbruch e do ex-secretário-geral da Presidência no governo Fernando Henrique, Eduardo Jorge, para dar informações sobre negócios com fundos de pensão. Os dois requerimentos, entretanto, foram reprovados porque o senador Sibá Machado (PT-AC) disse que não concordava com eles.

A CPI do Mensalão quebrou ainda o sigilo bancário, fiscal e telefônico do publicitário Duda Mendonça, de sua sócia Zilmar Fernandes da Silveira, de suas empresas. A CPI quebrou ainda os sigilos bancários de operações referentes a pelo menos cinco fundos de pensão: Geap, Funcef, Previ, Sistel e Petros.

A comissão aprovou as quebras dos sigilos bancários do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e do ex-tesoureiro do partido Jacinto Lamas. Os parlamentares evitaram votar, entretanto, o requerimento que quebrava o sigilo bancário do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira nos últimos 10 anos. Foi quebrado o sigilo fiscal e bancário da Athenas Trading, uma das empresas que, segundo a CPI dos Correios, recebeu dinheiro de Valério.

O relator, deputado Ibraim Abi-Ackel (PP-MG), propôs a votação do requerimento que pedia os dados referentes ao MTB Bank, obtidos pela CPI do Banestado. A instituição foi citada pelo doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, como o caixa-preta das remessas ilegais ao exterior. Os senadores Ney Suassuna, líder do PMDB no Senado, e Sibá foram contra, o que impediu a votação do requerimento.

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