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No mesmo dia em que conseguiu aprovar o reajuste do piso regional para a iniciativa privada em terceira e última votação, o governo estadual decidiu retirar da Assembleia Legislativa do Paraná o projeto que cria um salário mínimo para os professores do estado. A mensagem, do próprio Executivo, estabelecia um piso regional de R$ 1.392 para os profissionais da educação básica. Mas foi retirada ontem de pauta a pedido do líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).

O projeto estava parado na Assembleia desde novembro do ano passado. Em dezembro, chegou a ser colocado para votação, mas os governistas pediram o adiamento por dez sessões com o argumento de que precisavam fazer correções no texto. E o projeto ficou engavetado desde então. A promessa era de que o mínimo dos professores seria votado ontem.

Às pressas

Embora o governador Roberto Requião (PMDB) tenha apresentada a mensagem, sinalizou desde o início que não tinha pressa na aprovação. O projeto foi elaborado às pressas, logo depois que o governo federal criou um piso nacional para os professores. Na época, o mínimo nacional para a categoria era R$ 950. Agora ele está fixado em R$ 1.132,40.

O governador chegou a assinar uma ação direta de inconstitucionalidade contra o piso nacional e, na sequência, enviou o projeto à Assembleia com a justificativa de que o Paraná já pagava um salário acima do mínimo fixado pelo governo Lula (PT).

Na sessão de ontem, o deputado Reni Pereira (PSB) apresentou requerimento pedindo a votação do projeto, mas o governo recuou. A justificativa de Romanelli foi de que a proposta do piso "perdeu o sentido" porque nenhum professor do Paraná ganha menos do que o piso nacional.

A oposição interpretou a medida como um desrespeito aos professores. "Só comprovou que o envio do projeto foi mais um factoide criado pelo governo para enganar os funcionários públicos", disse o líder da oposição, Élio Rusch (DEM).

Sem prioridade

Para Reni Pereira, o governo mostrou que salário de servidor não é prioridade, embora tenha tido muita pressa para aprovar o reajuste de 14,9% do piso dos trabalhadores da iniciativa privada. O líder do DEM, Plauto Miró Guimarães (DEM), disse que o governador "gosta de fazer pose para fotografia no momento em que lança a ideia, mas quando volta atrás nem está aqui". Ele se referia ao fato de Requião estar na Europa, de férias.

Ex-presidente do sindicato dos professores estaduais, a APP-Sindicato, o deputado José Lemos (PT) disse que não é verdade que no Paraná nenhum professor ganha menos que o piso nacional. Ele afirmou que seria necessário um reajuste salarial de 16,19% para os profissionais de nível médio ganharem o equivalente ao mínimo nacional. (KC)

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