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Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), investigado por quebra de decoro em função de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, rebateu o depoimento que a contadora Meire Bonfim da Silva Poza prestou ao colegiado no dia 13 de agosto passado.

Em audiência no Conselho de Ética da Câmara, a ex-contadora de Alberto Youssef disse que ele e Luiz Argôlo eram sócios e que, em uma das viagens a Brasília, o doleiro ficou hospedado no apartamento do deputado. Ela ainda afirmou que o parlamentar recebeu mais de R$ 1 milhão do doleiro. "Eu só estive uma vez com ela e não foi no escritório dela. Foi quando das cobranças pela venda do terreno", reafirmou, destacando que Meire foi apresentada como uma "mulher problemática" quando o doleiro pediu para que a procurasse para pegar parte do pagamento pela venda do terreno do irmão Manuelito Argôlo Júnior.

O parlamentar investigado ainda reafirmou que não tem sociedade com Yousseff e disse que não sabe qualquer detalhe sobre os pagamentos feitos pelo doleiro a empresas como Grande Moinho Cearense e M Dias Branco, para as quais o escritório de Meire emitiu notas em valor total superior a R$ 1,6 milhão.

Ao ser perguntado sobre por que decidiu manter a relação com Yousseff, que já colecionava denúncias contra si, Argôlo fez um mea culpa e argumentou que, no dia a dia político, conhece várias pessoas e que o doleiro foi apresentado a ele como investidor em um jantar promovido pelo PP, partido pelo qual se elegeu deputado federal. Segundo ele, quem apresentou os dois foi o então líder do partido, Mário Negromonte. "Se eu ando na rua e cidadão quer fazer um selfie comigo e posta, e depois descubro que ele é traficante ou estuprador, a culpa é minha? Se cometi falhas e erros, peço desculpas pela ingenuidade. Admito que houve da minha parte boa fé, ao não ter olhado a ficha corrida dele", afirmou. Ele garantiu que nunca usou o mandato como parlamentar para obter benefícios para si ou outras pessoas.

O relator do processo contra Argôlo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), informou que o conselho não irá convocar mais testemunhas de defesa ou acusação. Sem dar sinal de qual será o tom de seu relatório, apenas informou que o depoimento do investigado vai contribuir para o parecer, que será concluído até 24 de setembro e votado em sessão convocada para 1º de outubro, caso haja quórum.

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