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Na véspera do julgamento que pode tirar da prisão o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), os advogados responsáveis por sua defesa entregaram aos magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta quarta-feira (3), o último conjunto de argumentos que justificariam a libertação. No documento, Arruda assume o compromisso de continuar fora do cargo caso ganhe liberdade.

Arruda está preso na Superintendência da Polícia Federal desde o dia 11 de fevereiro, por força de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O habeas corpus que pode liberar o governador vai ser analisado pela Suprema Corte na sessão desta quinta-feira (4).

No documento entregue aos ministros, conhecido como memorial – uma espécie de resumo do processo e dos argumentos da defesa –, os advogados reafirmam o compromisso de Arruda em manter-se afastado do governo distrital até o final das investigações do inquérito do mensalão do DEM de Brasília no STJ.

Nélio Machado, advogado do governador, afirma no documento que o governador deseja apenas "reconstruir sua vida" e "atuar na sua defesa ao lado dos advogados". "Ele prioriza a volta ao lar, a volta a sua família e a reconstrução de sua vida, atuando na sua defesa ao lado de seus advogados", afirma Nélio Machado.

Ainda segundo o advogado, o próprio governador assina o documento no qual garante aos magistrados que irá permanecer licenciado do cargo. Nélio Machado chegou ao STF por volta das 15h30 desta quarta e permaneceu no tribunal até 17h. Ele conversou pessoalmente com os ministros e entregou o documento com os argumentos da defesa.

"O memorial está assinado por Arruda. Ele reafirma o compromisso de permanecer fora do governo. Também está escrito no documento que falta motivação para essa prisão preventiva. Ainda reafirmamos a certeza de que Arruda vai se submeter às decisões do Judiciário", relata o advogado.

O advogado de Arruda voltou a bater na tecla do caráter "desumano" da prisão do governador. "Se trata de algo desumano imaginar que ele possa voltar ao governo, depois de todo esse sofrimento, de toda essa via-crúcis, em uma prisão na qual não se permitiu que ele fosse assistido por seus médicos pessoais nem ver sua família", afirmou Nélio Machado.

Carta

Para reforçar a disposição de Arruda continuar fora do governo, enquanto o advogado do governador circulava pelo STF, outro defensor de Arruda foi enviado à Câmara Legislativa do DF para protocolar a carta na qual a solicitação da renovação do pedido de licença é solicitada.

"A continuidade do afastamento dele do governo é no sentido do psiquismo do governador. Ele não tem condições de voltar a governar o Distrito Federal, salvo quando do encerramento das investigações e na medida em que ele seja cabalmente inocentado", afirma Nélio Machado.

A defesa do governador aposta na tese de que os magistrados irão ler durante a noite os argumentos apresentados no documento entregue nesta tarde: "A reflexão deles (os ministros) e a introspecção vai ocorrer de hoje para amanhã."

O relator do pedido de liberdade de Arruda no STF, ministro Marco Aurélio Mello, foi um dos magistrados que recebeu das mãos de Nélio Machado o documento com os argumentos da defesa. Carlos Ayres Britto também foi abordado pelo advogado. A rápida conversa ocorreu durante o intervalo da sessão da Suprema Corte nesta tarde.

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