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Servidores estaduais acompanharam a votação: vaias ao secretário da Fazenda, que defendia o reajuste em duas parcelas | Sandro Nascimento/Alep
Servidores estaduais acompanharam a votação: vaias ao secretário da Fazenda, que defendia o reajuste em duas parcelas| Foto: Sandro Nascimento/Alep
  • Luiz Carlos Hauly, secretário estadual da Fazenda

Com as galerias lotadas de servidores, a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou ontem, em três votações, o reajuste de 6,49% ao funcionalismo público. Hoje, a proposta ainda passará por uma última discussão antes de ser enviada à sanção governamental. Antes das votações, o secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, que era contra o pagamento do reajuste em parcela única diante da situação financeira do estado, foi vaiado pelos servidores.

O aumento era para ter sido aprovado já na semana passada. No entanto, servidores pressionaram e deputados da própria base aliada ameaçaram votar com a oposição e derrubar o parcelamento do reajuste em duas vezes, como previa a mensagem original. Diante da rebelião, o governador Beto Richa (PSDB), que estava em viagem à Europa, teve de ser consultado às pressas e concordou com o adiamento da votação.

Para contornar a divergência, o governou enviou um novo texto à Casa na segunda-feira garantindo o pagamento em uma única parcela, mesmo com a recomendação da Fazenda para não fazê-lo. "O governo não é técnico, é político", resignou-se Hauly, diante da necessidade de não contrariar mais de 291 mil servidores. O pagamento será feito em junho, com data retroativa a 1.º de maio. O impacto do reajuste nos cofres públicos será de R$ 68,6 milhões mensais.

Contas estaduais

Antes do início da votação, ao prestar contas do primeiro quadrimestre do Executivo neste ano, Hauly atribuiu a atual situação financeira do estado ao governo federal. "Se dependesse das transferências constitucionais [da União], o reajuste seria de 0,5%", disse o secretário. A declaração foi seguida de uma sonora vaia dos servidores.

O secretário afirmou ainda que o governo federal prejudica o Paraná, sobretudo devido à queda no repasse de verbas com a isenção de uma série de impostos que são distribuídos também a estados e municípios. Segundo ele, a União faz "cortesia com o chapéu alheio". "O que atrapalha o Paraná é o Brasil. Digo isso há 30 anos. Se fôssemos um estado independente, teríamos um progresso permanente."

Aos deputados, Hauly classificou como "nada" o rombo de R$ 100 milhões nas contas dos quatro primeiros meses do ano se comparado ao orçamento total de 2013, de mais de R$ 30 bilhões. De janeiro a abril, o Executivo arrecadou R$ 10,3 bilhões – um incremento de 13,8% em relação ao mesmo período de 2012 –, mas gastou R$ 10,4 bilhões – valor 20,6% maior do que no primeiro quadrimestre do ano passado.

"O elástico está puxado no último, mas dá para tocar. Não dá para fazer nenhum movimento brusco, estamos equilibradinhos entre receita e despesa", afirmou. "Por isso, precisamos dos empréstimos [solicitados em Brasília] para fazer investimentos."

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