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Servidores na galeria- da Assembleia, ontem: projeto que cria fundação de saúde foi retirado da pauta em dezembro, após pressão dos sindicatos que representam a categoria | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Servidores na galeria- da Assembleia, ontem: projeto que cria fundação de saúde foi retirado da pauta em dezembro, após pressão dos sindicatos que representam a categoria| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Balanço

Gastos dos deputados em 2013 devem ultrapassar os R$ 13,5 milhões

Os gastos de gabinete dos deputados estaduais paranaenses em 2013 devem ultrapassar a casa dos R$ 13,5 milhões, valor divulgado pela Gazeta do Povo em reportagem publicada ontem.

A matéria mostrava que, com os valores disponibilizados no Portal da Transparência da Casa até o começo da semana passada, o aumento dos gastos em relação a 2012 (R$ 10,8 milhões) era de 25%. Ontem, a assessoria de imprensa da Assembleia afirmou que os deputados têm até o dia 5 de fevereiro para descreverem suas despesas. Na sexta-feira, quando a reportagem procurou a assessoria, essa informação não foi repassada. Ainda segundo a assessoria da Casa, com a atualização dos valores houve alteração no ranking de gastos dos deputados. A assessoria ressaltou que o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), recordista de gastos até então, não seria mais o deputado que mais gasta.

A primeira sessão do ano na Assembleia Legislativa do Paraná foi marcada por protesto de servidores contra a criação da Fundação Estadual de Saúde (Funeas). Com palavras de ordem e vaias, dezenas de manifestantes que ocupavam a galeria da Assembleia ontem à tarde interromperam, por várias vezes, o discurso do vice-governador e secretário de Educação, Flávio Arns.

O pronunciamento de Arns marcaria o reinício oficial dos trabalhos da Casa, depois do recesso de fim de ano. A queixa principal dos manifestantes diz respeito à criação da Fundação de Saúde.

O projeto foi apresentado pelo governo em dezembro do ano passado, mas foi retirado de pauta em seguida por causa da pressão de servidores da área da saúde, que consideram a medida como uma "terceirização". A proposta ainda não tem data para ser votada.

"Temos 16 sindicatos aqui para pressionar os deputados. A criação da fundação é uma privatização disfarçada, que só vai prejudicar a população e os servidores de carreira", disse Marlei Fernandes, presidente da APP-Sindicato e integrante do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES).

Intervenção

Irritado com a manifestação dos sindicalistas, o presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB), disse não entender o "desrespeito com Arns" e, da cadeira da presidência, rebateu os sindicalistas: "Na minha gestão não será votada privatização nenhuma. Quem faz privatização escondida é o governo federal, com as concessões dos aeroportos", disse, em meio a vaias.

O líder do governo na As­­­­sembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), também defendeu o projeto. "Há muita desinformação sobre o assunto. O projeto beneficia a população lá na ponta, já que o governo será mais ágil para contratar profissionais de saúde. Vai continuara a existir a segurança jurídica para os servidores", disse o deputado.

Na prática, a fundação ajudaria a amenizar a crítica situação financeira do Paraná. Servidores da saúde ficariam de fora da conta que estipula os limites de gastos de pessoal exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Desde o ano passado o governo do Paraná ultrapassou o limite prudencial com gastos da folha de pagamento dos servidores.

Colaborou Amanda Audi

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