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Marcelo Rech, vice-presidente editorial e institucional do Grupo RBS | Divulgação/ANJ
Marcelo Rech, vice-presidente editorial e institucional do Grupo RBS| Foto: Divulgação/ANJ

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) elegeu nesta quinta-feira (18), em Brasília, a nova direção da entidade para os próximos dois anos. O novo presidente é o jornalista gaúcho Marcelo Rech, vice-presidente editorial e institucional do Grupo RBS. Rech sucede Carlos Fernando Monteiro Lindenberg, diretor geral da Rede Gazeta (ES), que exerceu a função por dois mandatos, entre 2012 e 2016.

Depois de eleito, Marcelo Rech falou sobre o papel dos jornais na sociedade e afirmou que os veículos, em todas as plataformas, devem ser “certificadores profissionais da realidade”. Ele disse ainda que os profissionais e empresas de comunicação devem fazer do jornalismo independente e de qualidade “o seu modo de vida”.

Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, diretora da Unidade de Jornais do GRPCOm, que edita a Gazeta do Povo, segue como uma das vice-presidentes da entidade para o biênio, ao lado de, entre outros, Francisco Mesquita Neto (O Estado de S. Paulo) e João Roberto Marinho (O Globo).

A posse da nova diretoria acontecerá em setembro, quando o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa de 2016 será entregue à Gazeta do Povo pela série de reportagens sobre os salários de membros do Poder Judicionário e do Ministério Público.

Jornais estão se tornando mais relevantes

Ainda em seu discurso depois da eleição, Rech fez uma veemente defesa da liberdade de expressão e da importância dos jornais impressos e eletrônicos para a sociedade moderna. Para o novo presidente da ANJ, a internet abriu um vasto campo para a circulação de dados, mas facilitou também a difusão de boatos, meias verdades e todo tipo de mentira.

“Neste contexto, torna-se ainda mais relevante o papel dos jornais em apurar, organizar, hierarquizar e distribuir informações de qualidade”, afirmou.

Para o novo presidente da ANJ, os jornais têm o desafio de serem reconhecidos como “avalistas do cotidiano”. “O que nos reserva então o futuro? Devemos ser, os jornais, em todas as suas formas e plataformas, muito mais que transmissores de notícias; devemos ser os certificadores profissionais da realidade. Em meio ao caos gerado pela abundância desinformativa, temos o desafio de sermos reconhecidos como avalistas do cotidiano, de sermos aqueles que, graças a conceitos éticos e técnicas profissionais, oferecem a todo instante, os atestados de veracidade para história”, acrescentou.

Segundo Rech, a difusão da informação em larga escala está criando um paradoxo. Diante da profusão de dados, contaminados por interesses ideológicos, financeiros ou pessoais, muita gente acaba se sentindo desorientada.

“É aí, nessa falta informação confiável, nessa necessidade do público em saber onde está a verdade, é que nós chegamos à encruzilhada que separa a imprensa independente do resto. É aí que tomados a estrada da relevância de nossos conteúdos e de nossas marcas”.

A partir deste ponto de vista, Rech sustenta que não há motivo para jornais se recolherem ou se assustarem com as transformações tecnológicas. “Mais do que nunca as sociedades precisarão de informação independente e de qualidade, produzida regionalmente, contextualizada, interpretativa, com profundidade e agilidade necessárias para fazer a diferença no caos informativo”, argumenta.

Rech também fez um alerta sobre perseguições a jornalistas e às constantes ameaças a liberdade de imprensa no Brasil. Para ele, o país ainda vive momentos sombrios no que diz respeito ao livre exercício da produção e distribuição de informação.

“De um lado, profissionais da comunicação são assassinados ou agredidos com frequência e impunidade intoleráveis. De outro, iniciativas travestidas de controle social da mídia ou democratização dos meios de comunicação pretendem, no fundo, garrotear a liberdade, fragilizar veículos independentes e criar uma impressa submissa a motivas ideológicas”, afirmou.

O novo presidente da ANJ disse ainda não aceitar amarras ao livre exercício do jornalismo. “Sem imprensa livre e em segurança, não há democracia e não há verdadeiro desenvolvimento”, concluiu.

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