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Vamos continuar fazendo
as contribuições [de dinheiro
ao Provopar]. Nós vimos
que muita gente carente foi beneficiada com isso. A nós
não interessa a parte política.

Plínio Luiz Faeda, representante da delegacia da Receita Estadual de Pato Branco. Ele nega ter procurado empresas para fazer doações ao Provopar e argumenta que o dinheiro era dado do próprio bolso.

A Gazeta do Povo falou com alguns auditores que participaram da reunião sobre as “metas” do Provopar. Três confirmaram o teor das discussões, mas afirmam que as doações não tinham relação com as progressões de carreira e nem eram solicitadas em empresas.

Plínio Luiz Faeda, representante da delegacia da Receita de Pato Branco, disse que os auditores costumam fazer doações a cerca de seis instituições sociais, incluindo o Provopar. Ele afirmou que as contribuições saíam do bolso dos auditores.

Se todos os cerca de 900 auditores do estado doassem para o Provopar, teriam que desembolsar R$ 2,2 mil para chegar aos R$ 2 milhões arrecadados no ano passado. Questionado se o valor não era muito grande para os auditores destinarem do bolso a apenas uma das instituições beneficiadas, Faeda desconversou. “Vamos continuar fazendo as contribuições. Nós vimos que muita gente carente foi beneficiada com isso. A nós não interessa a parte política”, disse.

Já José Carlos Endlich, representante da regional de Maringá, relatou que as doações para o Provopar acontecem desde 2011 e “são sempre muito bem sucedidas”. Ele disse que é possível que empresas tenham contribuído, mas diretamente para o Provopar. “Se aconteceu, foi contabilizado. Por meio nosso, não.”

Genildo Tibes, representante de Guarapuava, disse que as contribuições são “voluntárias”. Ao ser perguntado sobre uma possível conexão política, encerrou a ligação e depois desligou o celular.

O representante de Umuarama se recusou a falar com a reportagem e não quis ser identificado. Os representantes de Ponta Grossa e Jacarezinho atualmente estão em licença médica. A reportagem não conseguiu localizar os membros do conselho de Guaratuba e União da ­Vitória.

Um dos participantes da reunião, da regional de Londrina, chegou a ser preso na Operação Publicano, que investiga o esquema de pagamento de propina para auditores da Receita. Ricardo de Freitas, da regional de Londrina, foi preso em março por suposto envolvimento no esquema investigado pelo Ministério Público. Ele responde ao processo em liberdade, mas está afastado do cargo na Receita desde ­então.

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