Aumento da tarifa do ônibus reduz a popularidade de Richa

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A popularidade do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), apresentou a primeira queda desde julho de 2007. Levantamento exclusivo encomendado pela Gazeta do Povo ao Instituto Paraná Pesquisas revela que a aprovação da gestão de Richa sofreu uma redução de 6,5 pontos porcentuais em relação a dezembro. Segundo a pesquisa, realizada no fim de janeiro, 83,1% dos eleitores curitibanos aprovam a gestão Richa. Em dezembro, esse índice era de 89,6%. Uma das causa apontadas para a queda de popularidade é o aumento da tarifa dos ônibus, de R$ 1,90 para R$ 2,20.

O diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, diz que o reajuste da tarifa foi a principal causa da perda de popularidade. "Isso fica evidente quando analisamos o peso do aumento da passagem na opinião de quem desaprova a gestão do prefeito e também quando vemos a situação do transporte coletivo na lista das áreas em que o prefeito saiu-se pior até o momento", diz Hidalgo.

A pesquisa foi realizada em 28 e 29 de janeiro – 16 dias após o anúncio do reajuste da tarifa. Também pode ter influído no resultado o acidente que matou uma passageira do ligeirinho da linha Araucária, quando a porta se abriu e ela caiu na rua. O acidente ocorreu no dia 28.

O levantamento mostra que 11,2% dos curitibanos disseram ter sido influenciados pelo reajuste da tarifa para avaliar negativamente a gestão de Richa. É a imensa maioria dos 14,3% que desaprovam a gestão. O levantamento também indica que aumentou em 8,6 pontos porcentuais o índice de curitibanos que consideram o transporte coletivo a área em que Richa se saiu pior até o momento.

Apesar da queda no índice de aprovação, Richa considerou o resultado da pesquisa positivo. Segundo ele, a influência do aumento da tarifa em sua popularidade é efeito de uma medida necessária. "Governar, às vezes, significa tomar medidas responsáveis, que apesar de necessárias, nem sempre são simpáticas à população", disse o prefeito, por meio de sua assessoria de imprensa. Richa ainda ressaltou que a "correção (do valor da passagem) correspondeu a metade da inflação acumulada dos últimos cinco anos".

Na opinião do cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da UFPR, essa primeira queda na popularidade do prefeito é um sinal de alerta. "Claro que o prefeito permanece em um nível muito elevado de aprovação, mas ao longo de uma série de pesquisas, nós ainda não tínhamos identificado uma queda. Sem dúvida, isso é um sinal de que o prefeito precisa ser cauteloso. Alguma coisa desagradou aos eleitores." Para o professor, a popularidade no patamar dos 80% dificilmente será mantida.

Murilo Hidalgo, no entanto, ressalta que ainda é cedo para dizer como os índices de aprovação de Richa vão se manter nos próximos meses. Ele avalia que uma queda significativa da aprovação só ocorreria se algum escândalo estourasse ou fossem tomadas mais atitudes impopulares.

O cientista político Carlos Luiz Strapazzon, do UniCuritiba, também considera que a popularidade de Richa não mudará radicalmente até 2010. "Nesse momento, eu não acredito que exista algum fato que possa mudar o entendimento do eleitor curitibano em relação a Richa."