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O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que o edital do Programa Nacional do Livro Didático 2008 prevê a exclusão de obras que façam propaganda político-partidária. Ele evitou entrar na polêmica sobre o livro "Projeto Araribá - História - Ensino Fundamental - 8" (Editora Moderna), que reproduz texto do Instituto de Cidadania do PT, elaborado em 2001, sobre o programa Fome Zero, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. Mas lembrou que os avaliadores de universidades públicas não viram problema na divulgação do texto, tanto que aprovaram a inclusão do livro no Guia do Livro Didático enviado às escolas para a escolha dos professores. A coleção "Projeto Araribá" será distribuída pelo MEC no ano que vem, pela primeira vez, a estudantes da rede pública de 8ª série (ou 9º ano, nas escolas em que o ensino fundamental tem nove séries).

- Não li o livro e não vou opinar. Os avaliadores das universidades entenderam que não (era propaganda político-partidária). Que era um texto que comentava (um programa de governo) - disse Haddad.

Haddad defendeu o processo de avaliação, que disse ser impessoal. Segundo o ministro, esse modelo garante imparcialidade e evita censuras.

- A tutela do Estado é ante-sala do arbítrio - afirmou.

O Ministério da Educação informou que o livro "Projeto Araribá" será distribuído para 13.617 escolas da rede pública em todos os estados do país. Serão 1,1 milhão de exemplares, ao custo de R$ 5,6 milhões. Os livros foram escolhidos diretamente pelas escolas, a partir da lista de obras aprovadas pelos especialistas.

Haddad fez referência a outro livro de história que foi distribuído às escolas entre 2002 e 2007, mas ficará de fora em 2008, porque foi reprovado na última avaliação. Trata-se do livro "Nova História Crítica - 8ª série" (Editora Nova Geração). A obra didática foi considerada simplista e maniqueísta ao tratar de temas ligados ao capitalismo e ao socialismo.

O ministro condenou as críticas que o MEC sofreu recentemente por distribuir o livro. Ele explicou ainda que não foi o MEC quem escolheu o livro, mas os professores a partir do guia do livro didático que tampouco foi elaborado diretamente pelo ministério.

- Maliciosamente tentaram associar a ideologia do livro à gestão atual - disse o ministro, numa referência à aprovação daquele livro na gestão anterior, ainda no governo Fernando Henrique.

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