O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, disse nesta tera-feira (30) que o fax com o pedido de delação premiada ao empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão, foi "hiperlacônico". Ayres Britto disse que o relator do caso, Joaquim Barbosa, é quem vai avaliar o documento, que está em segredo de justiça. Barbosa viajou para Alemanha para passar por um tratamento de saúde no quadril. O julgamento foi suspenso e será retomado no dia 7 de setembro.
Para o presidente do Supremo, esse pedido não tem interferência no atual julgamento do mensalão. "Chegou um fax que não posso dizer o conteúdo porque está sob sigilo, mas é hiperlacônico", afirmou. "Em minha opinião, a essa altura, não [tem interferência]", completou.
Questionado se isso pode beneficiar Valério com a inclusão no serviço de proteção a testemunha e evitando que cumpra a pena dos cinco crimes a que foi condenado pelo mensalão inicialmente na cadeia, Britto desconversou. "Olha, só posso dizer que fiz o que tinha que fazer, imprimi o sigilo e entreguei a ele", afirmou.
O fax foi encaminhado ao Supremo no fim de setembro, assinado pela defesa do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, pedindo para ser ouvido e relatando correr risco de vida.
Passaportes
Britto disse que ainda não houve decisão na Corte sobre pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que o Supremo determine a apreensão dos passaportes de todos os 25 condenados no julgamento do mensalão para evitar que eles deixem o país. "Joaquim pode decidir monocraticamente ou colegiadamente, mas, que eu saiba [não teve decisão]", disse.
Condenado pelo STF no julgamento do mensalão, o advogado Rogério Tolentino se antecipou a uma decisão da Corte e entregou seu passaporte.
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