Bala perdida: missa para Alana e tumulto em velório de outra vítima

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O governador do Rio, Sérgio Cabral, determinou ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que seja severo nas investigações sobre o tumulto ocorrido no velório do mototaxista Jacson Vieira da Silva, de 25 anos . A cerimônia terminou em confronto entre manifestantes e policiais militares na manhã desta segunda-feira. Colegas do motociclista fizeram um protesto no Cemitério de Inhaúma e bloquearam um trecho da Avenida Pastor Martin Luther King Júnior com suas motos. A PM usou viaturas para derrubar as motos e um policial chegou a apontar um fuzil para os manifestantes, conforme mostrou imagem gravada pelo RJTV. Houve reação. Os cerca de 50 colegas do motoboy morto atiraram pedras nos PMs.

- Eu vou ver as imagens, mas, evidentemente, vou recomendar ao secretário de Segurança Pública que seja severo, caso tenha existido truculência (dos policiais militares). Eles (os policiais) podem ser punidos. A polícia tem que tratar o trabalhador, o cidadão, com dignidade - afirmou Cabral.

Missa para Alana

A mãe da menina Alana durante a missa na candelária. Foto de Domingos Peixoto

Nesta segunda-feira aconteceu a missa de sétimo dia da menina Alana Ezequiel, na Igreja da Candelária ( veja fotos da missa ). Alana foi baleada na última segunda-feira, durante uma operação da polícia no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. A mãe dela, Edna Ezequiel , pediu justiça e indagou, diante da falta de resultado das investigações sobre de onde teria partido o tiro que atingiu Alana:

- Tem que investigar isso a fundo. Quem matou minha filha?

As balas perdidas fizeram mais duas vítimas na manhã desta segunda-feira. Duas mulheres foram atingidas na Cidade de Deus, na Zona Oeste, onde na semana passada uma jovem de 24 anos, Vanessa Calixto dos Santos, foi atingida por tiro quando buscava um dos quatro filhos na escola. Vanessa morreu no hospital no domingo.

Sobre os tiros desta segunda na Cidade de Deus, o comandante do 18º BPM (Jacarepaguá), tenente-coronel Cesar Lima, afirmou que não havia operação do batalhão.

No domingo, outro caso: um estudante de 27 anos morreu e outras cinco pessoas que estavam num ônibus em Duque de Caxias ficaram feridas. Eles foram atingidos por balas perdidas durante assalto a um motociclista, que acelerou para escapar dos bandidos e acabou provocando os tiros.

Muitos casos de bala perdida

Segundo o RJTV, da Rede Globo, em uma semana foram registrados 14 casos de vítimas de balas perdidas no Grande Rio. Quatro delas morreram.

Na semana passada, confronto entre traficantes e policiais no Complexo do Alemão, em Bonsucesso, deixou um policial e um bandido mortos e nove pessoas feridas, entre elas quatro atingidas por balas perdidas.

Na véspera, uma menina de dois anos levou dois tiros na cabeça e também morreu. O padrasto da criança, que estava com ela no colo, era o alvo dos disparos e ficou ferido.