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Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e advogados cobraram ontem explicações do ministro Joaquim Barbosa, que está de licença médica desde abril por causa de um problema crônico na coluna, mas foi visto em uma festa e em um bar em Brasília no final de semana. De acordo com eles, Barbosa tem de resolver a sua situação: se fica na Corte, trabalhando, ou se pede afastamento definitivo. "Que se defina a situação", disse o ministro do STF Marco Aurélio Mello.

"Seria o mínimo de consideração com a sociedade, com o erário, com os seus pares, com o Supremo, que o ministro Barbosa viesse a público dar uma explicação", afirmou o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Júnior. "Não há coerência entre a postura de não trabalhar por um problema de saúde, que é natural, qualquer pessoa pode ter, e de ter uma vida social onde isso não é demonstrado."

O presidente da OAB manifestou na semana passada uma preocupação dos advogados com a paralisação dos processos no gabinete de Barbosa. Integrantes do STF também estão aflitos e sobrecarregados. "O Supremo tem 11 ministros, mas hoje está com 9 apenas ", observou Ophir. Barbosa está de licença e Eros Grau se aposentou na semana passada.

"Complô

Abordado, o ministro reclamou de reportagem sobre a paralisação dos processos no gabinete dele e disse que o texto foi usado por um grupo de pessoas que quer a sua saída do STF. "Mas vou continuar no tribunal", disse, irritado.

Indicado em junho de 2003, o ministro vai completar 225 dias de licença no próximo dia 30 de setembro.

Barbosa diz que as dores de coluna não lhe permitem ficar muito tempo sentado no plenário da Corte.

Quando a reportagem do Estado se aproximou da mesa de Barbosa no bar, o ministro disse que não daria entrevista. Mas criticou um texto publicado pelo jornal no último dia 5, intitulado "Licenças de Barbosa emperram o Supremo". Ele é o campeão de processos estocados no STF, apesar de ter sido poupado das distribuições nos meses de licença. Barbosa disse que o jornal havia publicado uma "leviandade", que suas licenças não emperram os trabalhos da Corte.

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