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O ex-secretário do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas, e colaborador da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira à CPI dos Sanguessugas que sua participação na divulgação de informações sobre a compra de ambulâncias superfaturadas tinha como objetivo mostrar à sociedade que estes desvios não começaram no governo Lula. As declarações seguiram a mesma linha dos depoimentos prestados pelo ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso e o ex-coordenador do Núcleo de Informações do comitê de campanha a reeleição de Lula, Jorge Lorenzetti.

Bargas afirmou ainda que teve participação limitada na operação de compra do dossiê contra políticos do PSDB. Segundo ele, a tarefa que lhe foi designada por Lorenzetti seria acompanhar a entrevista ao repórter da revista "Isto É", concedida em 13 de setembro em Cuiabá (MT) por Darci Vedoin e Luis Antonio Vedoin, donos da empresa Planan.

- O Lorenzetti e o Expedito me deram as orientações. Não conheci os documentos nem as fitas. Pediram apenas que eu acompanhasse a entrevista - afirmou Bargas.

Segundo ele, o acertado seria de que Hamilton Lacerda, ex-assessor do comitê de campanha do então candidato ao governo de São Paulo, senador Aloísio Mercadante, passaria o nome do repórter que faria a entrevista. Ele disse que a condição imposta aos Vedoin, tanto por Lorenzetti quanto pela revista, é de que as denúncias apenas seriam publicadas com a comprovação por meio de documentos.

Oswaldo Bargas disse também que antes de ser publicada a reportagem, o repórter lhe mostrou o texto.

- Li a entrevista antes de publicá-la. O jornalista escreveu a reportagem à noite e os documentos só lhe foram entregues na manhã seguinte - afirmou Bargas aos deputados e senadores.

Também na mesma linha dos depoentes que participaram da operação, o ex-secretário do Ministério do Trabalho disse que desconhece a origem do dinheiro apreendido num hotel de São Paulo, que supostamente seria pago aos Vedoin em troca das informações.

- Eu não tinha a menor idéia do que estava acontecendo em São Paulo - declarou.

Oswaldo Bargas disse que até hoje "tem dificuldades de entender esta história de dossiê". E afirmou que na sua "cabeça quem armou esta arapuca foram os adversários".

Ele admitiu que foi um equívoco de membros do comitê de campanha de Lula não terem promovido uma entrevista coletiva para que Darci e Luis Antonio Vedoin apresentassem suas versões sobre a compra das ambulâncias.

- Podia ser uma coletiva porque era uma guerra também com a imprensa que, na minha avaliação, tomou partido - afirmou.

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