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Pedro Barusco em depoimento na CPI do BNDES. | Cleia Viana / Câmara dos Deputados
Pedro Barusco em depoimento na CPI do BNDES.| Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados

O delator da Operação Lava Jato Pedro Barusco afirmou em depoimento à CPI do BNDES que o pagamento de propina nos contratos da Sete Brasil foi acertado ainda durante a concepção da empresa dentro da Petrobras. Barusco foi gerente de Engenharia na Petrobras e diretor de Operações da Sete Brasil. Ele afirmou que a primeira licitação para a contratação de estaleiros, feita ainda no âmbito da Petrobras, já tinha a propina embutida nos acertos. A Sete é fornecedora da estatal e enfrenta dificuldades financeiras para cumprir seus compromissos.

“Já vinha de lá. primeira licitação foi conduzida pela própria Petrobras. Já vinha lá da primeira. Era um padrão, uma linha que tinha, de 1%, com algumas empreiteiras”, afirmou Barusco.

Questionado se o esquema continuaria em vigor caso não tivesse a Operação Lava Jato, Barusco disse ser possível que tudo tivesse continuado. Ele ressaltou que o valor de 1% foi o combinado e que até quando saiu da Sete Brasil, em 2012, pouco havia sido realmente pago.

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“Tinha um percentual de 1% sobre os contratos dos estaleiros. Houve a combinação. Era uma combinação só. Não é pegar que os contratos eram de US$ 24 bilhões, então era US$ 240 milhões. Não era bem assim. E a divisão era de 2/3 para o Partido dos Trabalhadores e 1/3 para algumas pessoas, o Renato Duque [ex-diretor da Petrobras], Roberto Gonçalves [ex-gerente da Petrobras], eu, o João Ferraz [ex-presidente da Sete Brasil] e o Eduardo Musa (ex-diretor da Sete Brasil).Disso, muito pouco foi realizado”, disse Barusco.

Ele ressaltou que como diretor de Operações da Sete Brasil não teve participação na negociação de contratos de financiamento junto ao BNDES e outros operadores financeiros. Disse que isso ficou a cargo de João Ferraz. Reconheceu que o financiamento do banco de fomento era tido como fundamental para o sucesso do empreendimento.

Barusco disse que foi o responsável pela decisão que deixou de fora o estaleiro OSX, de Eike Batista, de fora do projeto da Sete Brasil. Afirmou que isso ocorreu porque a proposta financeira não era a melhor. Disse não ter recebido qualquer pressão para incluir a empresa.

Ele foi questionado sobre qual patrimônio lhe restou após a delação. Citou ter ficado com um apartamento na Barra da Tijuca, dois terrenos e afirmou que sua situação patrimonial está sendo discutida com a Receita Federal.

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